Declarado como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Queijo Minas Artesanal (QMA) é a principal atividade econômica de muitos produtores rurais de Minas Gerais. Os cuidados com a sanidade e a qualidade do produto são rigorosos e vem sendo reconhecidos pelo mercado e nos concursos realizados. No último fim de semana, a 11ª edição do Concurso Estadual de Queijo Minas Artesanal, realizada em São Roque de Minas, premiou os 31 melhores queijos produzidos no Estado. Os ganhadores têm como meta atender à demanda do mercado e investir na melhoria da qualidade dos produtos.
Ao conquistarem o certame, a expectativa dos produtores dos melhores queijos artesanais de Minas Gerais é agregar valor ao produto e manter os investimentos em melhorias nas propriedades e na elaboração do queijo diferenciado. Além disso, ao ampliar a renda e melhorar as condições de vida no campo, os jovens são atraídos a dar continuidade à produção, que é transferida pelas famílias há gerações.
O concurso estadual premiou 31 produtores das sete regiões reconhecidas como produtoras do Queijo Minas Artesanal: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro. A premiação foi dividida nas categorias Super Ouro, Ouro, Prata e Bronze.
Os queijos classificados foram avaliados por uma comissão especializada, que levou em consideração critérios como a apresentação, cor, textura, consistência, paladar e olfato. Ao todo, 150 produtores participaram do concurso em sete etapas classificatórias em suas respectivas regiões.
Reconhecimento - De acordo com o coordenador técnico estadual de Queijo Minas Artesanal da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Milton Flávio Nunes, a cada ano, o número de produtores que participam dos concursos regionais para eleger o melhor queijo do Estado tem sido crescente. As iniciativas para regulamentar a produção, melhorar a qualidade e participar dos concursos são resultados da demanda em alta, uma vez que o mercado consumidor tem valorizado e reconhecido cada vez mais a qualidade dos queijos.
“O mercado para o QMA está bem aquecido. Isso é resultado de anos de trabalho envolvendo produtores e vários órgãos estaduais de assistência, inspeção e pesquisa. Todos trabalhando em busca de aprimorar a produção e garantir a sanidade e qualidade. A Emater-MG trabalha a qualidade do queijo há cerca de 20 anos e avançamos muito junto ao produtor. Hoje, o queijo artesanal tem uma legislação própria, os produtores estão preocupados em adotar as boas práticas agropecuárias e de produção. O resultado são queijos de ótima qualidade que vem se destacando em concursos e ganhando mercado”, explicou Nunes.
Sucessão rural - Nunes ressalta que a realização do concurso é importante para reconhecer os esforços dos produtores. Normalmente, os vencedores dos certames conseguem conquistar novos mercados, agregar valor ao queijo e investir em melhorias.
Segundo ele, todas essas mudanças são fundamentais para valorizar o trabalho no campo e envolver toda a família, inclusive os jovens que estão participando cada vez mais dos processos de produção do Queijo Minas Artesanal.
“O concurso e as demais formas de agregar valor ao queijo valorizam as pessoas e garantem a elas o direito de escolher entre se manterem no campo ou não. A produção do queijo tem promovido a sucessão rural. Muito produtores investem nos processos, melhoram a qualidade e conseguem obter uma renda significativa. Hoje, muitos jovens estão interessados e já participam dos processos de produção, divulgação e comercialização do queijo”, disse Nunes.
Fonte: Diário do Comércio de Minas