São Paulo - O grupo sucroenergético Atvos, antiga Odebrecht Agroindustrial, planeja processar 13,6 por cento mais cana-de-açúcar na atual safra 2018/19, iniciada em abril, em meio a investimentos e após um lucro líquido de 294 milhões de reais no ciclo anterior, informou a empresa nesta terça-feira.
Com usinas nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, a companhia tem como meta moer 29,3 milhões de toneladas de cana neste ano, contra 25,8 milhões em 2017/18.
Em linha com o restante do setor, a Atvos impulsionará a produção de etanol, que deve saltar 22 por cento, para 2,2 bilhões de litros, enquanto a de açúcar tende a recuar quase 30 por cento, para 321 mil toneladas. Também é esperada uma geração de 2,1 mil GWh de energia elétrica.
O guidance se segue a um investimento de 570 milhões de reais no ano passado, 27 por cento acima do montante da safra anterior, que se refletiu em plantio de 57 mil hectares de cana.
“Dentro do nosso planejamento, esperamos que esse aumento significativo do plantio se reflita em uma moagem maior nos próximos ciclos”, afirmou o vice-presidente de Operações e Engenharia da empresa, Celso Ferreira, em nota à Reuters.
Para 2018/19, a Atvos investirá em torno de 600 milhões de reais em renovação e expansão de canaviais, equipamentos agrícolas e aprimoramentos industriais.
“A empresa teve um crescimento anual composto (CAGR) de 41 por cento no Ebitda, entre 2013/14 e 2017/18, e está pronta para o cenário de oportunidades e o futuro promissor do setor de bioenergia”, destacou o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Alexandre Perazzo.
Em 2017/18, a Atvos teve resultado líquido positivo de 294 milhões de reais, após prejuízo de 1,64 bilhão no ano anterior. A empresa fechou a safra com receita líquida de 4,2 bilhões de reais (queda de 4 por cento), enquanto o Ebitda totalizou 1,5 bilhão de reais no período.
A companhia disse que problemas climáticos e preços do etanol enfraquecidos impactaram os resultados no ano passado, mas que isso foi parcialmente compensado por seu programa de redução de custos e ganho de eficiência, que proporcionou economia de cerca de 280 milhões de reais no período.
“Aprimoramos nossas práticas agrícolas de forma que, já a partir da safra 2018/2019, tenhamos resultados positivos decorrentes, por exemplo, do aumento na aplicação de corretivos, mudanças nas técnicas de adubação e redução nas perdas decorrentes do processo de colheita”, disse Ferreira.
Fonte: Reuters