Os pecuaristas de Minas Gerais investem cada vez mais em tecnologias que permitam o ganho em eficiência e a redução de custos. Com a demanda elevada por novos produtos, empresas têm desenvolvido inovações que, por meio da coleta e análise de dados, garantem o melhor aproveitamento dos recursos e o aumento dos lucros. A Intergado, com sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é uma dessas empresas e desenvolveu uma plataforma de pecuária de precisão capaz de entregar análises de lucratividade por animal, voltado, principalmente, para o segmento de corte.
Com grande potencial no mercado, a empresa receberá um aporte de até R$ 10 milhões da Inseed Investimentos, spin-off do Instituto Inovação S/A, grupo que atua no segmento de inovação tecnológica. Até o momento, já foram liberados R$ 3 milhões. O aporte será aplicado, principalmente, para acelerar a expansão comercial da empresa.
De acordo com o CEO da Intergado, Marcelo Neves Ribas, a empresa possui uma equipe especializada em processamento de dados, o que permite o desenvolvimento de vários equipamentos de precisão. A decisão de investir no segmento voltado para o agronegócio aconteceu após a observação de que a pecuária, principalmente a de corte, precisava de informações precisas para ganhar eficiência e gerar lucro.
Após pesquisas, foi desenvolvida uma balança simplificada para o gado. O equipamento é instalado em frente aos bebedouros e os animais passam por uma pesagem voluntária quando consomem água. Cada bovino é identificado por um brinco, que é lido pela balança a cada pesagem. Na balança, os dados são coletados a cada vez que o bovino bebe água e todas as informações são estudadas, processadas e os resultados enviados aos pecuaristas.
O produto tem como principal mercado os pecuaristas de corte, que precisam monitorar de perto e com precisão o ganho de peso e o desenvolvimento dos animais até o momento do abate.
Com a balança e o monitoramento constante do peso, é possível identificar o nível de engorda dos animais. Caso ocorra a estabilização do peso ou a queda do mesmo, a saúde do animal é avaliada. Isto permite identificar qualquer problema com agilidade, reduzindo o tempo de tratamento em caso de enfermidades e os custos para a cura dos animais. Com o monitoramento, o melhor período para enviar o gado para o abate também é identificado. Com isso, o produtor consegue utilizar de forma precisa os insumos, gerando economia.
Eficiência - “Nossas expectativas em relação ao mercado são muito positivas. Os pecuaristas estão abertos às novas tecnologias e investindo em formas de aprimorar a atividade para ter eficiência e lucro. O monitoramento constante do peso do animal, que é avaliado pelo menos quatro vezes ao dia, é interessante por ser feito de forma natural, dentro da rotina dos animais e por conseguirmos monitorar qualquer alteração. O resultado é a economia de recursos e ganho de tempo para o pecuarista”, explicou Ribas.
Com a ferramenta é possível identificar quais animais estão gerando lucro, os que estão gerando prejuízo e os que estão prontos para o abate. Também é possível fazer perspectivas de desenvolvimento dos bovinos e o volume a ser engordado.
“No método tradicional, o produtor pesava o animal no começo e ao final do processo de engorda. Só ao final que ele descobria se a atividade apresentou lucro ou prejuízo. Com a solução, o produtor consegue enxergar todo dia o que está acontecendo e, desta forma, ele tem o poder de intervir no sistema de produção”, disse Ribas.
Fonte: Diário do Comércio de Minas