A produção mineira de algodão segue registrando crescimento acima da média nacional. Os preços remuneradores praticados no mercado e a demanda interna maior que a produção são incentivos para que os investimentos na cotonicultura sejam mantidos. Na safra 2017/18, a produção mineira de algodão cresceu 57,6% em volume e a tendência é de uma ampliação de 25% na safra 2018/19. Outro estímulo para o plantio maior é o Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), que garante uma remuneração acima do mercado na comercialização da pluma do algodão com o setor têxtil local.
De acordo com o diretor executivo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), Lício Pena de Sairre, os produtores estão otimistas em relação ao mercado e ao plantio do algodão. Um dos motivos é o consumo do parque têxtil instalado no Estado que gira em torno de 107 mil toneladas de algodão em pluma ao ano, volume bem superior à produção mineira, que é de 36,8 mil toneladas.
Para a próxima safra, a expectativa é de mercado firme para o produto. Além da demanda interna, cerca de 20% a 25% da produção mineira é destinada ao mercado internacional, principalmente para o sudeste asiático.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção mineira de algodão em caroço na safra 2017/18 foi de 91,9 mil toneladas, aumento de 57,6% frente à safra anterior. No período, a área em produção alcançou 25 mil hectares, variação positiva de 60%. No País, o incremento verificado na produção do algodão em caroço foi de 27,9% com a colheita de 4,8 milhões de toneladas.
Em Minas Gerais, somente a produção de algodão em pluma em 2017/2018 cresceu 62,1% somando 36,8 mil toneladas. Já o caroço de algodão, destinado à alimentação animal, apresentou produção 54,8% superior, com a colheita de 55,1 mil toneladas.
“Colhemos uma safra com crescimento acima da média nacional. E a tendência é de nova alta para o próximo período produtivo. Estimamos um incremento de 25% na produção mineira, índice que ficará, novamente, acima dos 12% projetados para o aumento da safra nacional”, disse Sairre.
Proalminas - Além da demanda alta e dos preços elevados praticados no mercado internacional, a cotonicultura mineira é estimulada pelo Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas). O projeto envolve cotonicultores e a indústria têxtil estadual. Ao negociar a pluma do algodão junto ao parque fabril instalado em Minas Gerais, o produtor recebe o valor com base no Indicador do Algodão Cepea/Esalq, mais um ágio de 7,85%. O que torna o preço do algodão mais remunerativo para o produtor.
“O Proalminas é o grande alicerce do algodão. Participar do projeto é muito vantajoso e incentiva o produtor a investir, uma vez que ele tem a segurança de, na hora da comercialização, receber acima do preço praticado no mercado”, disse Sairre.
Além das exportações e os negócios junto à indústria têxtil do Estado, a produção de algodão também tem sido bem valorizada nos contratos de barter, quando o produtor entrega o item como forma de pagamento para a aquisição de insumos e equipamentos.
Em relação aos valores praticados no mercado, a pluma de algodão é negociada em média de R$ 100 a R$ 115, valor considerado remunerador.
Pequenos produtores - Sairre explica que em Minas Gerais a produção de algodão vem se diversificando. Apesar da grande maioria dos produtores serem de grande porte, a cultura vem se expandindo novamente para o Norte de Minas. Nesta região, cerca de 130 famílias distribuídas em 15 municípios estão envolvidas com o plantio do algodão, gerando renda e empregos na região semiárida.
“Esse envolvimento das famílias na produção é muito interessante, principalmente por ser em uma região com renda e empregos escassos. As famílias produtoras estão bem organizadas. Plantam, colhem e entregam a produção em cooperativas, que são associadas à Amipa. O algodão produzido é vendido para o parque têxtil e dentro das condições especiais do Proalminas”.
Fonte: Diário do Comércio de Minas