Alta é ocasionada pelo período de entressafra da produção, com menos pasto
O consumidor que costuma ir aos supermercados ou padarias da região já percebeu que está gastando mais dinheiro com leite. O preço do produto, um dos principais ítens do café da manhã do brasileiro, está até 20% mais caro. A explicação para isso é o período de entressafra da produção leiteira.
Segundo os comerciantes, a justificativa apontada pelos fornecedores é que com os dias mais secos e frios, o pasto demora mais para crescer e, conseqüentemente, as vacas comem menos. Isso reflete diretamente na quantidade de leite produzida pelos animais.
Mesmo com o produto mais caro, o café da manhã na casa de Maria Aparecida Stábele, 70 anos, de Paraibuna, continuará farto. A aposentada compra em média 48 litros de leite por mês, quantidade consumida apenas por filhos e netos.
"São só quatro pessoas na minha casa. Pode parecer exagero, mas é o que consumimos mesmo. Faço muito bolo durante a semana também, e isso consome litros de leite. Minha neta toma vários copos de leite com cholocate todos os dias", disse Maria Aparecida.
Ainda de acordo com a aposentada, as 48 caixas de leite comprada custavam em média R$ 120 no início do ano, agora o custo foi para aproximadamente R$ 145.
RISCO - No hipermercado Coop, na zona norte de São José, o gerente Agnaldo Maciel Magalhães, afirma que o preço do leite pode variar a cada semana nesta época do ano, por isso, existe uma grande dificuldade para conseguir calcular a variação.
Hoje, a maior preocupação da rede é com o abastecimento. A saída do leite, apesar do preço, continua normal na unidade.
"Nossos pedidos são feitos semanalmente, em média, pedimos 2.500 litros a cada semana. Já tivemos época que o fornecedor não conseguiu atender nossos pedidos, isso pode acontecer", explicou Agnaldo.
A alta do preço do leite já traz os reflexos para a mesa de Walter Roberto Medeiros, 63 anos, de São José dos Campos. O aposentado afirmou que costumava a pagar nos primeiros meses do ano aproximadamente R$ 1,70 no litro do leite, hoje não consegue levar o produto para casa por menos de R$ 2.
"Eu já comprava pouco leite. Agora, compro menos ainda. Senti no bolso esse aumento, principalmente no integral. Mesmo assim, não dá para deixar de comprar, temos que levar de qualquer jeito", explicou Medeiros.
Apesar de o leite ficar um tempo fora da rotina do aposentado, Roberto continua comprando outros produtos lácteos. "Os queijos também tiveram aumento, mas esse já não dá para tirar da mesas. Também gosto de outros derivados, como o requeijão, mas esse já tem um preço alto normalmente", disse.
Veículo: Vale Paraibano - SP