Bertin investe para avançar em lácteos

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Quando a Bertin S.A adquiriu a Vigor, em novembro de 2007, o laticínio via sua produção em queda e tinha resquícios de uma empresa de "commodities". Um ano e meio depois, a agora divisão lácteos da Bertin já mostra recuperação em seus volumes de produção, investe na renovação de equipamentos para sustentar esse crescimento e foca os negócios em itens com maior valor agregado, com o reposicionamento de suas marcas.
"A empresa vinha perdendo 3% de volume nos últimos três anos. No último trimestre de 2008 começou a recuperação e já vemos um aumento de 2% nos volumes", afirma Fernando Falco, diretor-executivo da divisão.

 


Além de recuperar volumes, a empresa vai utilizar cada vez mais a capacidade industrial para produtos ao consumidor, segundo Falco. Ele acrescenta que o fornecimento de produtos destinados à indústria, como gordura vegetal e soro de leite, já diminui, e o plano estratégico da divisão da Bertin para um período de três anos é lançar 50 novos produtos no mercado a cada ano, com as marcas Leco, Vigor, Danúbio e Faixa Azul, principalmente.

 

E depois da entrada em alimentos funcionais, com o lançamento do Lective, para auxiliar o funcionamento da flora intestinal, a companhia também planeja investir numa linha de leites longa vida premium.

 

Para amparar a estratégia de crescimento, a Bertin está investindo R$ 17 milhões na renovação das fábricas de São Paulo e Santo Inácio (PR), com trocas de máquinas para embalagens e pasteurizadores, a partir de setembro. Na unidade da capital , a empresa produz lácteos frescos, como iogurtes, e em Santo Inácio, leite longa vida.

 

A empresa tem ainda unidades em São Caetano (SP), onde tem linha de gordurosos, como margarinas, Anápolis (GO), com gordurosos e iogurtes, Lavras (MG), com linha de queijos especiais, São Gonçalo (MG), com requeijão, parmesão e secagem de leite, e em Cruzeiro (SP), com queijos frescos.

 

Os planos para a área industrial incluem também a especialização das fábricas, de acordo com Falco, para otimizar as operações. Mas, no curto prazo, não há a intenção de reduzir o número de unidades em atividade, afirma.

 

Além de modernizar plantas, a Bertin está ampliando a produção de 20 mil para 22 mil toneladas mensais. Para isso, também deve elevar a captação de leite este ano, de 13,5 milhões de litros mensais para 15 milhões, segundo o executivo. O aumento do volume captado é consequência da nova estratégia, mas Falco observa que o mais importante é a agregação de valor e, muitas vezes, isso não demanda maior quantidade de leite.

 

Atualmente, 30% da receita da divisão de lácteos da Bertin provêm de "commodities" como leite longa vida, mas esse percentual já foi bem superior. "No passado, há três, quatro anos, 70% eram commodities", comenta.

 

A opção por agregar valor já vem mostrando resultados desde o último ano, quando a receita de divisão lácteos cresceu 8%, para R$ 975 milhões. No primeiro trimestre de 2009, o faturamento da divisão aumentou 11% e a meta, segundo o diretor, é avançar 15% ao ano.

 

Num primeiro momento, diz Falco, a empresa quer fortalecer suas marcas regionalmente - hoje atua principalmente entre os Estados do Sul e Sudeste. Tem 22 mil pontos de vendas no país, sendo 80% em São Paulo. "A estratégia é ser forte regionalmente e depois fazer expansão nacional".

 

A empresa também tem planos mais ambiciosos para o mercado externo. Até pouco tempo, as exportações se limitavam a margarinas, mas agora também venderá requeijão, cream cheese e leite condensado ao exterior, principalmente países da África costeira e Egito. "Estamos capacitando brokers que vendem carne para vender lácteos", explica Fernando Falco. A ideia é usar a rede de profissionais que já atua para a divisão de carnes da Bertin na exportação e alcançar a cifra de US$ 100 milhões em embarques de lácteos em cinco anos.
 

 
Veículo: Valor Econômico


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