O grupo americano Wal-Mart deu mais sinais ontem de sua capacidade para emergir ainda mais forte da recessão ao anunciar aumento na participação de mercado e a continuidade dos investimentos em tecnologia e logística de suas lojas.
A maior rede varejista do mundo anunciou que o lucro do primeiro trimestre fiscal ficou inalterado em relação ao mesmo período de 2008, em parte pela força do dólar que trouxe impacto cambial negativo de US$ 4,8 bilhões no valor das vendas fora dos Estados Unidos.
Os resultados gerais, no entanto, foram beneficiados pelas melhoras da margem de lucro em suas principais lojas nos Estados Unidos, com clientes novos e de melhor renda puxando um aumento nos desembolsos com itens supérfluos, além da contribuição de ganhos de eficiência.
O trânsito de clientes nas lojas americanas da rede aumentou "para níveis que não víamos há muitos anos", afirmou Eduardo Castro-Wright, chefe da divisão do grupo Wal-Mart nos Estados Unidos.
O executivo também destacou as significativas melhoras operacionais nas lojas e na rede de distribuição no país, dentro da estratégia da companhia de buscar maiores retornos das operações existentes enquanto desacelera a abertura de novas lojas. Os supermercados reduziram o nível de estoque em 4,3%, o que representa cerca de US$ 1 bilhão, enquanto as vendas cresceram 3,8%.
Os pontos de venda nos Estados Unidos também buscam reduzir atualmente o número de marcas diferentes, processo que vem sendo visto com inquietação por alguns de seus fornecedores.
Castro-Wright afirmou que o Wal-Mart continua a trabalhar duro em suas operações na rede de distribuição, com os custos por caixa remetida caindo 5%, sem incluir a queda no preço dos combustíveis. "Os ganhos que se estão vendo são decorrentes principalmente de programas de operações internas que estamos fazendo nas lojas", afirmou o tesoureiro do Wal-Mart, Charles Holley.
Ao contrário de outros varejistas, que estão reduzindo os investimentos em grandes projetos, os gastos do Wal-Mart foram elevados, especialmente em novos sistemas de dados de recursos humanos, promoção de venda de mercadorias e finanças mundiais. Nos Estados Unidos, a varejista também começou a lançar um plano de remodelação das lojas, o "projeto impacto", que deverá trazer mais melhorias na eficiência operacional.
Na China, o Wal-Mart registrou quedas de 1,8% nas vendas de suas 140 lojas Wal-Mart, e de 5,8% nas 103 lojas Trust-Mart, nas quais possui participação de 35%. As duas bandeiras tiveram menos clientes, como reflexo da desaceleração da economia chinesa.
Veículo: Valor Econômico