Vacância zero impulsiona expansão dos shoppings

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Nem mesmo o freio nos investimentos por parte de algumas lojas-âncoras, por conta da crise, parece ter atrapalhado os negócios do setor de shopping centers, que registra forte desempenho este ano e contabiliza taxa de vacância em queda. De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em março a taxa de vacância atingiu 1,6%, enquanto no exercício de 2008, a média chegou a 2,6%. Além da vacância em patamares baixos, as administradoras estão investindo em ampliações e reformas dos empreendimentos.

 

Quem possui atualmente a marca de 0% de vacância é o Central Plaza Shopping, instalado em São Paulo, e que pertencente à administradora de shoppings Savoy - que possui mais três empreendimentos e inaugura mais um em julho. Criado há 10 anos, o Central tem como público alvo a região do ABC paulista e a zona leste da capital. O superintendente do mall, Fábio de Sousa Médici, disse ao DCI que, no ano passado, o número de vagas no empreendimento era apenas quatro lojas. "Nossos contratos são para cinco anos e a renovação é automática. A última loja que entrou foi da Vivo, há cerca de 15 dias. Existe uma fila de perto de 30 interessados em uma vaga, mas ninguém quer sair", comemora.

 

Médice informou que o centro de compras tem 240 lojas, sendo 71 lojas de franquias, 14 grandes redes e a maioria, 155, de lojas próprias. Além de 4,5 mil vagas de estacionamento. "As redes de lojas que esperam uma vaga variam desde o segmento têxtil a alimentação. Inclusive lojas âncoras". Segundo o superintendente, até mesmo a área de quiosque já esta completa. "A rotatividade é maior que uma loja comum. Esta modalidade é complemento de atividade e nunca pode estar perto de uma loja concorrente".

 

Uma das alternativas que o mall cogita é ampliar o espaço, para assim, diminuir a fila de espera. Uma das possibilidades seria uma mudança de foco no shopping anexo, o Interlar. "Este espaço é similar ao que acontece no Center Norte e Lar Center. O Interlar é voltado para móveis e temos vagas lá." Outra alternativa, porém com custos maiores é a ampliação do mall. "Daqui a 14 meses teremos a inauguração da estação de metrô Tamanduateí. Prevemos aumento de lojas e de âncoras. Estaremos há 200 metros do metrô e a demanda vai aumentar". No caso de ampliação, os custos serão da Savoy.

 

Na área mais central da capital paulista, o Shopping Frei Caneca, que é administrado pela família Separovic, também tem uma taxa de vacância baixa e os planos este ano é de ampliação. De acordo com Carlo Zanetti, superintendente do mall, no exercício de 2008, a taxa média de vacância foi 0,08% (1 loja vaga para 120 lojas). "Atualmente a vacância é de duas lojas, pois iniciamos um processo de renovação do nosso mix, por meio da substituição de algumas operações que tiveram seus contratos vencidos. Normalmente, o espaço não excede 30 a 40 dias vazio. É o tempo de formalizar contratos".

 

Zanetti disse ainda, que o planejamento comercial prevê a captação de outras lojas de marcas reconhecidas. "A metragem média é de 60 m² a 100 m², principalmente no caso de franquias. Acredito que até o fim do ano teremos 100% dos espaços ocupados." O superintendente disse ainda que o Shopping Frei Caneca passará por expansão, o que deverá atrair ainda mais lojas.

 

Administradoras

 

A administradora de shopping centers Sonae Sierra Brasil apresenta, em seus 10 shoppings, que totalizam quase 366 mil m² de área bruta locável (ABL), taxa de vacância de 2%. De acordo com a empresa existe continuísmo na estratégia de expansão com o desenvolvimento de três novos projetos: o Boulevard Londrina Shopping, em Londrina (PR), o Uberlândia Shopping, em Minas Gerais e um shopping em Goiânia (GO).

 

No seu mais recente empreendimento, o Manauara Shopping, que possui 227 operações, incluindo 12 âncoras distribuídos em quatro pisos, a taxa de vacância é de 4%. "Inauguramos com ocupação acima da média nacional que varia entre 90% e 92% dependendo do local", disse Cesar Garbin, diretor de Operações.

 

Além disso, a administradora faz a ampliação dos shoppings Metrópole, na região do ABC paulista, e o Plaza Sul, na capital. No primeiro, a rede deve desembolsar R$ 8,5 milhões na revitalização da praça de alimentação, além de melhorias no empreendimento. Já no Plaza Sul, os investimentos na revitalização predial somam R$ 5 milhões. As obras foram iniciadas em 2008 e serão concluídas até o final do primeiro semestre deste ano.

 

Na concorrente Brascan, que possui 14 shoppings, a vacância varia de 1% a 2%. Um dos malls da rede que deve passar por reforma é o Shopping West Plaza. Procuradas, General Shopping e Multiplan não se manifestaram por estarem em período de silêncio. Já a BR Malls não se pronunciou.

 

Veículo: DCI


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