Para quem trabalha com chocolate, a Páscoa é considerada o Natal do setor. A data movimenta não só lojas especializadas em chocolates, mas também supermercados, padarias e redes de departamentos. Além das grandes empresas, os microempreendedores individuais (MEIs) também aproveitam a oportunidade para faturar mais. De acordo com dados do Sebrae, no Brasil, 6.500 MEIs, que faturam até R$ 81 mil por ano, trabalham na fabricação de derivados do cacau e chocolate. Em Minas Gerais, são quase 800 pessoas que investem nesse segmento.
E, com a proximidade da Páscoa, o chocolate caseiro e artesanal vem ganhando cada vez mais a preferência dos consumidores, segundo a microempreendedora Rosana Teixeira Lima. Entre as vantagens, ela aponta a originalidade e a personalização. “Muita gente prefere o produto artesanal ao industrializado”, observa.
Ela conta que os pedidos da Lima Doce já começaram, mas só vão se intensificar dez dias antes da Páscoa. “Todo ano é assim, muita gente deixa para comprar mais perto da data”, diz. A empresária espera vender de 10% a 15% mais na comparação com a Páscoa de 2018. “O que tenho percebido é que as pessoas querem presentear mais. Logo, devem buscar alternativas mais em conta”, analisa.
Para a Cacau Show, a Páscoa é a principal data do ano. A empresa, que encerrou 2018 com 2.235 lojas em operação e faturamento de R$ 3,5 bilhões, prevê um crescimento de 16% nas vendas do período frente a 2018. As vendas da Páscoa representam cerca de 30% de todo o faturamento anual da empresa, segundo o presidente da Cacau Show, Alê Costa.
Para atender a demanda da data, a Cacau Show abriu 290 vagas na indústria e 7.500 postos temporários nas lojas de todo o país. Os cargos são para vendedores e atendentes.
Supermercado
A rede de supermercados Super Nosso fez um investimento 7% maior na compra de ovos de Páscoa em relação ao mesmo período de 2018. E no caso dos chocolates em geral, entre barras, caixas de bombons, cestas especiais e demais produtos típicos para o período, o investimento cresceu 15%.
A expectativa é de um aumento de 15% a 20% no consumo de chocolates, estimulado pelos lançamentos e pelas ofertas específicas do aplicativo da rede.
A rede Extra de supermercados informou que estima vender bem mais neste ano em relação ao ano passado. As apostas do grupo são para os ovos com brindes e as barras de chocolate.
Varejo mais otimista neste ano
Considerada uma das quatro melhores datas para o comércio no primeiro semestre, a Páscoa impacta positivamente 49,9% das empresas varejistas do setor de alimentação de Minas Gerais, com destaque para os segmentos de produtos de padaria, laticínio, doces, balas e similares, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).
Entre as empresas influenciadas pela data, 72,1% acreditam que as vendas neste ano serão melhores ou iguais na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números são da pesquisa Expectativas do Comércio Varejista – Páscoa/2019, realizada pela área de estudos econômicos da entidade.
Para aumentar o consumo, 35,3% dos empresários pretendem realizar promoções e liquidações para atrair o público, e 20% vão investir em divulgação. “Os empresários mantêm a confiança no aumento das vendas em datas comemorativas devido ao cenário econômico mais satisfatório. Embora o desemprego ainda esteja alto, está menor na comparação com o ano passado, e, além disso, a inflação está controlada”, analisa o economista da Fecomércio MG Guilherme Almeida.
Ele observa que, neste ano, a pesquisa de Páscoa adota uma nova metodologia. A partir de agora, a amostra reúne 380 empresas espalhadas pelas dez regiões de planejamento do Estado.
Já o consumidor da capital mineira está mais cauteloso. Nesta Páscoa, 37,8% das pessoas entrevistadas pela entidade irão presentear, percentual inferior ao da intenção de compra observada para a data no ano passado (41,2%).
Variação de preços exige pesquisa
O consumidor tem mesmo que pesquisar na hora de comprar os ovos de Páscoa. É que a diferença de preços para o mesmo produto pode chegar a 75%, conforme levantamento do site Mercado Mineiro. Foi o que aconteceu com ovo Sonho de Valsa de 330 g, que pode custar de R$ 39,98 a R$ 69,99. E mesmo que a opção seja a caixa de bombons e a barra de chocolate, as diferenças são consideráveis. Uma barra de chocolate da Garoto com tamanho médio de 100 g pode custar de R$ 3,49 até R$ 6,79, uma diferença de 94%.
A caixa de bombons Garoto de 300 gramas pode custar de R$ 6,99 até R$ 9,99, o que representa variação de 43%. O diretor do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, observa que a mudança no peso dos produtos tem dificultado a comparação com o ano passado. No caso da caixa de bombons, a alta de preço chega a 14,32%.
Em BH
Ovo Bis 318 g: R$ 39,98 a R$ 62,99, diferença de 57%.
Ovo Alpino de 350 g: de R$ 43,98 a R$ 62,99, variação de 43%.
Chocolate em barra da Lacta de 135 g: R$ 3,49 a R$ 5,98, variação de 71%.
Caixa de bombons Garoto de 300 g: R$ 6,99 até R$ 9,99, variação de 43%.
Barras de chocolate da Nestlé de 100 g: R$ 3,98 até R$ 5,99, diferença de 50%.
Fonte: Mercado Mineiro
Promoções
Estratégia.
Para aumentar o consumo na Páscoa, 35,3% dos empresários entrevistados pela Fecomércio vão fazer promoções e liquidações para atrair o público, e 20% irão investir em divulgação.
Fonte: O Tempo – MG