Os produtores do oeste da Bahia estão enxergando boas perspectivas para o futuro a região . O motivo: a ferrovia Leste-Oeste. A estrada de ferro vai ligar o porto de Ilhéus (BA) a Figueirópolis (TO). No trajeto, estão os pólos produtores de soja e algodão como os municípios baianos Luis Eduardo Magalhães e Barreiras. "A expectativa é muito boa", diz o presidente da Associação de Agricultores e Irriganteres da Bahia (Aiba), Walter Horita, referindo-se à futura disponibidade de acesso da produção local ao porto.
Atualmente, a região exporta 150 mil toneladas de algodão pelo porto de Santos (SP). Já a produção de soja, de 2 milhões de toneladas, para ser exportada, me sua grande parte é transformada em farelo por empresas como Bunge e Cargill e embarcada por Ilhéus, onde um novo porto será construído para abrigar a ferrovia. A capacidade de armazenar 5 milhões de toneladas de soja. "Hoje, tem carga para pagar o investimento em infraestrutura", conta Horita.
A ferrovia e o novo porto fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Especula-se também a construção de um aeroporto, maior que o de Brasília, tanto para o turismo quanto para carga, em Ilhéus. "O trem vai partir para o porto com grãos e minério e voltar com defensivos e fertilizantes, o que vai reduzir nosso custo logístico." Horita afirma que o transporte ferroviário equivale a 1/3 do rodoviário enquanto o marítimo é 1/7 do transporte rodoviário.
O traçado da estrada de ferro e os estudos ambientais estão sendo realizados pelo governo da Bahia e seria a maior obra da gestão do governador Jaques Wagner. Há muita dúvida sobre a conclusão da obra. Mas Horita diz que independentemente do tempo que levar o benefício será muito grande. ''Pode levar até sete anos. A ferrovia Norte-Sul começou as obras em 1980, durante o governo Sarney e ainda não está concluída.'' Ele acredita que pela necessidade e pela alta demanda da região, o projeto da Leste-Oeste será mais rápido do que o Norte-Sul, que ligará Senador Canedo (GO) a Belém (PA), cortando os estados de Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão. ''Ilhéus depende da soja.''
O presidente da Aiba conta que como a região já está consolidada como um centro produtor, restando apenas ajustes ambientais e trabalhistas, a conclusão das obras dessa estrada de ferro não sofrerá atrasos. "A produção está lá. Só falta a ferrovia." Horita lembra que uma pequena parte da soja é exportada pelo porto de São Luis, no Maranhão, e o término da ferrovia Norte-Sul, vai facilitar ainda mais o escoamento da produção. Atualmente, as obras da estrada de ferro estão no trecho entre Açailândia (MA) e Colinas (TO).
Veículo: Gazeta Mercantil