A varejista americana Wal-Mart fará sua estreia na Índia na próxima semana, com a abertura de sua primeira loja atacadista (em regime de joint-venture) em um país em que até agora o varejo moderno fez poucos progressos contra os comerciantes locais e as pequenas lojas independentes.
A abertura da loja, que é uma associação com a indiana Bharti Enterprises, ocorrerá dias depois da vitória do Partido do Congresso nas eleições parlamentares indianas ter levantado a possibilidade de uma maior liberalização do varejo, setor em que os investimentos estrangeiros diretos ainda estão restritos às operações secundárias e atacadistas.
A nova BestPrice Modern Wholesale - nome dado à loja do tipo pague e leve - abrirá as portas no dia 26, na cidade de Amritsar, localizada no estado do Punjab, perto da fronteira com o Paquistão.
A loja, a primeira das 10 a 15 lojas BestPrice que deverão ser abertas na Índia nos próximos cinco a sete anos, venderá uma variedade de hortifrutigranjeiros, outros alimentos e artigos não perecíveis como roupas e calçados. Entretanto, como a Índia impede investimentos estrangeiros diretos no varejo, as lojas estarão abertas apenas a comerciantes, que terão e apresentar suas licenças para poderem ter acesso às lojas.
O altamente fragmentado varejo indiano, dominado por comerciantes tradicionais e pequenas lojas independentes, é visto como um mercado-chave pelos grandes grupos internacionais, que esperam uma transformação no setor.
A Marks and Spencer e a Tesco, do Reino Unido, também já firmaram alianças com sócios indianos, enquanto muitas empresas locais estão elaborando planos ambiciosos de desenvolvimento de formatos varejistas modernos.
Mas, as operadoras das varejistas estão tendo dificuldades para se estabelecer, diante de uma série de problemas que incluem a resistência das poderosas distribuidoras - especialmente aquelas que atuam como atravessadores, unindo os agricultores aos mercados.
A Reliance Fresh, braço varejista da Reliance Industries de Mukesh Ambani, cancelou o projeto de ter uma rede com 100 lojas no estado de Uttar Pradesh, após ter sido atacada em protestos, que muitos acreditam terem sido instigados por atravessadores.
Veículo: Valor Econômico