A crescente demanda por produtor naturais e orgânicos começa a refletir também nas gôndolas do varejo alimentar. Segundo estudo da Kantar, 45,5% dos entrevistados pelo mundo preferem comprar produtos orgânicos.
O estudo aponta ainda que ao fazer compras, 68,8% das pessoas declaram preferir alimentos naturais. Na outra ponta, os consumidores que optam por não comprar esses produtos citam o preço como principal motivo.
Outra pesquisa que faz recorte sobre o tema no País é do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis). De acordo com eles, 19% consomem algum produto orgânico e 35% da população comprou itens orgânicos nos últimos seis meses; 67% estão dispostos a aumentar compra de produtos, sendo na região sul o maior percentual de consumo (48%), seguido pelo sudeste (42%).
A primeira pesquisa Organis, em 2017, mostrava 15% de consumidores orgânicos. “Um em cada cinco brasileiros consome algum produto orgânico, com frequência média de três vezes por semana, em especial hortifrutis. Há muitas oportunidades de crescimento, pois a pesquisa aferiu que 88% estão dispostos a comprar”, diz o diretor do Organis, Ming Liu.
Os hortifrutis se mantêm na liderança de consumo no setor orgânicos (35% frutas, 24% de verduras, 21% alface, 16% legumes, 15% tomate e 8% de hortaliças), e 35% dos consumidores sabem que há produtos orgânicos para limpeza, cosméticos e vestuário.
Tal qual a avaliação da Kantar, o Organis também aponta o preço como fator determinante 75% dos entrevistados, mas cerca de 48% dos que consomem afirmam que essa diferença é justificada. “O que nos anima é perceber que boa parcela dos brasileiros já reconhece claramente o valor agregado aos produtos orgânicos, pois tanto os que consomem como os que não consomem esse tipo de produto entendem que os custos de produção mais elevados justificam o maior preço dos orgânicos”, conclui diretor do Organis, Cobi Cruz.
Fora da bolha
Quando o assunto é meio ambiente, há uma lacuna entre o comportamento de compra e seus desejos por mudanças. Apesar de 41,6% das pessoas declararem buscar e ler informações sobre os perigos para a fauna marinha e 37,2% sobre a poluição na água, poucas agem para amenizar a situação já que só 5% delas se preocupam com resíduos plásticos. Porém, ao tentar encontrar os responsáveis pela redução do material plástico, 80% das pessoas declaram que o governo, varejo e indústria deveriam ser agentes dessa mudança. “Apesar das pessoas estarem mais preocupadas com seu bem-estar individual, vemos que a preocupação com o ambiente não é alta”, analisa a diretora de marketing da Kantar, Giovanna Fischer.
Fonte: DCI