A embalagem define a guerra nas prateleiras? O achocolatado Palate demonstra que sim. Cresceu 100% em vendas, de maio para cá, com preço 8% maior, graças, em especial, a sua roupagem ousada. A CBA, indústria que fabrica o Palate, queria elevar a percepção de qualidade de seus produtos. Depois de investir na cor e sabor, decidiu contratar a Sart Dreamaker, escritório de brand design, para fazer algumas mudanças no logo e na embalagem. A equipe da Sart resolveu subverter e fez uma completa reformulação da identidade visual que domina a categoria. Cores vibrantes, logotipo "explodindo", poluição de informações foram substituídos por um visual mais limpo e elegante. O formato do pote também foi modificado para uma opção mais ergonômica. "Foi uma ruptura total. Simplificamos a proposta, tirando elementos desnecessários", explica Gian Franco Rocchiccioli, vice-presidente de estratégia da Sart. Eles ocupam a terceira posição em volume no mercado de achocolatados com embalagens de sachê. E a ousadia turbinou seus produtos em potes, que têm valor maior.
Martin Afonso de Souza, principal executivo da CBA, procurou a Sart porque queria reposicionar a marca. "Não queríamos ser um produto low price. Nosso objetivo é fazer do Palate uma marca forte nacionalmente." Segundo ele, o novo visual garantiu um posicionamento melhor nas gôndolas. Ele assume que uma mudança tão radical não estava nos planos. Mas a Sart utilizou uma boa estratégia de convencimento. Apresentou três propostas com níveis diferentes de, digamos, radicalização. A CBA optou pela mais ousada. "Hoje, o Palate gera curiosidade, vontade de experimentar. Os consumidores que não o conheciam querem provar seu sabor. Atingimos nosso objetivo." A parceria com a Sart continua. Além de programar dois lançamentos da linha Palate, a CBA vai mudar também embalagens das misturas para bolo da marca Paladar.
Veículo: Valor Econômico