A rede Smart, uma associação de pequenos supermercados patrocinada pelo grupo atacadista Martins, tem sido um dos principais vetores de crescimento da empresa, com sede em Uberlândia (MG). Segundo César Suaki, diretor geral do Martins, as metas previstas para o sistema Smart já foram alcançadas antes mesmo do fim do ano.
"Nós prevíamos chegar a 1,2 mil lojas em dezembro, mas já atingimos esse número em agosto", afirmou o executivo, que saiu do Grupo Pão de Açúcar e assumiu, há um ano, a gestão do Martins, maior atacadista distribuidor do país. Suaki agora prevê fechar este ano com 1,3 mil lojas associadas, o que representa uma expansão de 60% em relação ao ano passado.
O faturamento combinado de todas as lojas ligadas ao sistema Smart deverá atingir R$ 5,2 bilhões neste ano. Se fosse uma só rede e uma só pessoa jurídica, a bandeira já seria hoje a quarta maior cadeia de supermercado do país, atrás do Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Wal-Mart. O grupo Martins criou o projeto Smart para permitir que os seus clientes, pequenos comerciantes, pudessem se beneficiar dos ganhos de escala e conseguir concorrer com as grandes varejistas.
O grupo acaba de assinar um contrato de R$ 100 milhões com a Iveco, do grupo Fiat, que fornecerá à empresa 725 caminhões. Essa foi a maior venda individual já firmada pela fabricante italiana no país.
O grupo Martins, segundo Suaki, cresce em média 12% ao ano nos últimos cinco anos, superando a taxa de crescimento do mercado atacadista, que expandiu-se entre 4% e 6%. "Pretendemos crescer pelo menos esses 12% em 2008", disse Suaki. Em 2007, o grupo faturou R$ 4 bilhões.
A empresa iniciará a elaboração de seu orçamento para 2009 nas próximas semanas. As expectativas são que a economia continue apresentando um bom desempenho, mas com taxas mais moderadas de expansão. Em seu planejamento estratégico de longo prazo, até 2012, o grupo Martins prevê aumentar a sua atuação geográfica e construir pelo menos mais dois novos centros de distribuição. "Temos interesse em chegar à região Sul", disse Suaki.
A maior incerteza no orçamento de 2009, avalia a empresa, será o comportamento do crédito e a capacidade de pagamento (dos financiamentos). A inadimplência, por enquanto, está sob controle.
Veículo: Valor Econômico