Produtos desenvolvidos no Brasil impulsionam vendas da L'Oréal

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Catherine Vieira, do Rio



 
Se o primeiro trimestre foi difícil para muitos segmentos econômicos no Brasil e, principalmente, no mundo, a L´Oréal não tem do que reclamar. O crescimento do faturamento neste início de ano, diz o presidente da companhia no Brasil, François-Xavier Fenart, foi robusto e os dados de maio indicam uma consolidação desse ritmo. "Tivemos um crescimento forte no primeiro trimestre, na casa dos dois dígitos, e os números de maio devem confirmar essa expansão", diz o líder da empresa de cosméticos, que em 2009 completa 100 anos de existência e 50 anos de Brasil.

 

Segundo ele, entre os motores dos bons resultados estão os produtos que foram desenvolvidos pela divisão de pesquisas local, com foco nas necessidades da consumidora brasileira, criada em meados de 2007. "Pudemos desenvolver produtos mais próximos dos brasileiros", diz Fenart. Entre os sucessos, está o xampu Elseve reparador total 5, que se propõe a reparar cinco sinais de fragilidade capilar e teve ampla campanha de marketing estrelada pela atriz Grazi Massafera.

 

De acordo com o executivo, nesse segmento há ainda a linha capilar feita à base de geleia real, que está começando a chegar no mercado, e os desodorantes Bi-O. "Esse foi um mercado no qual resolvemos entrar com mais força e estamos tendo um resultado muito positivo", diz Fenart.

 

O Brasil, como maior mercado da América Latina para a companhia, tem dado alegrias à L´Oréal. No primeiro trimestre, o faturamento latino-americano teve uma expansão de 9,7% enquanto a média global registrou uma retração de 4,3%, comportamento que tem sido verificado também em outros grupos empresariais, por conta do maior impacto da crise nas economias mais desenvolvidas.

 

Para o presidente da operação brasileira, apesar das turbulências, 2009 tem muito potencial para se tornar um ano bastante positivo para a L´Oréal no Brasil. No ano passado, diz Fenart, a empresa ampliou sua participação no mercado e colocou nas prateleiras os primeiros produtos desenvolvidos pela divisão de pesquisa científica local. Segundo Fenart, a companhia lidera o segmento de dermocosméticos (que têm concentração de princípio ativo maior que a dos cosméticos comuns) com as linhas La Roche Posay e Vichy, e tem posição destacada também nos segmentos de produtos de uso profissional e de luxo, em que estão os importados, como as marcas Lâncome e Biotherm.

 

Na divisão chamada de grande público, em que estão os produtos de varejo, ele diz que a empresa é a segunda do mercado, mas com "grandes ambições" de ter crescimento forte, acima da média do mercado. É justamente nesse segmento que estão os produtos feitos a partir da pesquisa local.

 

Segundo ele, nas quatro marcas do segmento - L´Oréal, Garnier, Maybelline e Colorama - há expectativas positivas. Fenart diz que como a grade de produtos da empresa é muito diversificada, a cada momento do mercado pode-se focar mais num determinado nicho. Em momentos de crise econômica, por exemplo, há os produtos de menor custo, como os xampus que custam em torno de R$ 4,70.

 

Para Fenart, além dos itens mais voltados para o varejo, outra linha que deve continuar se destacando é a de dermocosméticos. "Essa é uma linha que começou no Brasil há seis ou sete anos e se consolidou muito rapidamente", disse o executivo. Nos produtos da marca La Roche Posay, por exemplo, o Brasil já é o segundo país do mundo em vendas e perde só para a França. "Outra marca recente que fez um enorme sucesso nesse segmento é o Inneov", diz Fenart. Segundo ele, já há planos de trazer outros produtos da marca além das pílulas com o chamado 'concentrado da beleza'.

 

Veículo: Valor Econômico


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