Dados da quarta edição do Kantar Thermometer, estudo que contempla os principais impactos socioeconômicos no Brasil e no mundo decorrentes da pandemia do Covid-19, indicam que 75% dos brasileiros têm preferido comprar em supermercados mais próximos de casa, como forma de evitar as aglomerações de pessoas mais comuns em supermercados maiores. Prevendo tempos difíceis em termos de renda, os consumidores estão ainda mais atentos aos preços dos produtos e a promoções. Isso traz um desafio grande para as marcas que precisam ser competitivas nesse cenário de canal de vendas mais pulverizado.
Entre os que preferem comprar nos canais de e-commerce, 54% consideram a experiência mais positiva do que comprar em lojas físicas, mas 24% ainda consideram comprar online desafiador. Isso mostra que, embora muitos gostem da opção principalmente pelos preços e conveniência, há uma oportunidade de melhorar a experiência, já que cada vez mais pessoas poderão ficar dependentes desse canal para compras e serviços.
Depois de registrar altas de consumo a partir de 16 de março, início da quarentena, em comparação com a primeira quinzena de março, já é possível observar uma queda de frequência. A região da Grande São Paulo concentra as maiores cestas, com crescimento de 26% em unidades. Nesse contexto, a classe AB foi a que mais se abasteceu, principalmente alimentos básicos e produtos de limpeza.
Com o fechamento de bares e restaurantes, o delivery se tornou uma solução mais viável. Dentre os brasileiros que optaram pelo serviço, 53% fez a escolha duas a três vezes na última semana. Entre os que não pediram, 33% alegaram não ter o costume de pedir comida pronta, 27% afirmaram ter tempo para cozinhar e 16% preferiram economizar por conta da crise.
Observando as tendências da Espanha, percebe-se que o país tem feito mais lanches nesse período de quarentena. A ocasião cresceu 74% durante a primeira semana de confinamento, o que fez ascender o consumo de itens como creme de cacau (+56%), chocolate tablete (+55%) e biscoitos doces e salgados (+40%).
As variações apresentadas no Brasil podem ser entendidas, principalmente, por conta de o País, diferentemente da Europa e países da América Latina, não estar em situação de lockdown tanto que 21% da população não conseguiu manter o isolamento social completo e precisou sair de casa para trabalhar.
Os patamares de audiência diária se estabilizaram, tanto durante a semana quanto aos fins de semana, em todo o País. A exceção fica por conta da região Norte, que continua com a média do tempo consumido em ascensão.
Além do crescimento do consumo de vídeo, os conteúdos de áudio tiveram aumento expressivo na geração de conversas no Twitter após o início das medidas de distanciamento social.
Rio e São Paulo tiveram um volume maior de campanhas publicitárias na TV com a temática Covid-19. Tanto o setor privado como o público investiram em campanhas com o tema entre os dias 30 de março e 05 de abril. Os setores que mais anunciaram foram Comércio, Financeiro e Securitário e Administração Pública e Social. De forma geral, 48% dos anunciantes mencionaram o tema em suas peças veiculadas e 31% das novas campanhas tiveram o Covid-19 como tema central. Na mídia digital, as categorias de delivery e streaming foram as que mais aumentaram o número de inserções, com altas de 39% e 36%, respectivamente.
Fonte: Newtrade