De São Paulo
O Ministério da Agricultura informou ontem que liberou a comercialização de leite por parte de três laticínios localizados em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. As vendas dos estabelecimentos haviam sido suspensas depois que uma fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do ministério, no começo de maio, apreendeu mais de 100 mil litros de leite por suspeita de fraude econômica - no caso, adição de água no leite cru e produto final.
Segundo comunicado do ministério, a liberação ocorreu depois de atendidas as determinações da pasta quanto à revisão do Programa de Controle de Qualidade, análise dos estoques e das novas produções. O ministério informou que amostras coletadas diariamente nas fábricas, durante duas semanas, foram encaminhadas para análises, "e os resultados mostraram-se dentro dos padrões de qualidade". Além disso, as fábricas tiveram que adotar um plano de ação corretiva "em resposta às não conformidades encontradas pelos auditores".
As três indústrias localizados nos municípios de Lobato (PR), Presidente Prudente (SP) e São Gabriel d'Oeste (MS) pertencem ao gaúcho Laticínio Bom Gosto, que em novembro do ano passado se fundiu com a Líder, então dona das unidades.
Desde a descoberta de fraudes no processamento do leite por parte de cooperativas de Minas Gerais, no fim de 2007, o Ministério da Agricultura intensificou a fiscalização das indústrias do setor. Na ocasião, as cooperativas foram acusadas de adicionar soda cáustica e água oxigenada ao leite cru. As suspeitas de fraudes mantiveram 40 empresas sob regime especial de fiscalização do ministério.
O maior rigor na fiscalização resultou na análise de mil amostras nos laboratórios oficiais. Desde o fim de 2007, foram abertos 500 processos administrativos para apurar eventuais irregularidades em empresas autuadas. Dentro do programa de monitoramento da produção de leite, também são analisadas 1 milhão de amostras recolhidas de produtores rurais todo mês.
Veículo: Valor Econômico