A pandemia de coronavírus provocou um tombo recorde da economia no 2° trimestre e colocou o Brasil de novo em recessão - segundo dados divulgados pelo IBGE na terça-feira (1°), a queda foi de 9,7% frente aos três meses anteriores.
E o agronegócio foi a exceção, conseguindo desempenho positivo no 2° trimestre entre os grandes setores da economia. Com crescimento de 0,4% no período, o setor contribuiu para amenizar a intensidade de tombo da economia entre os meses de abril e junho.
O crescimento foi sustentado tanto pela perspectiva de safra recorde, como também pelo maior interesse chinês pela soja brasileira e pelo câmbio favorável para os exportadores.
"O agronegócio passou realmente incólume. A pandemia não atrapalhou nem a colheita nem o transporte de carga. E mesmo o setor agroindustrial, sobretudo o relacionados a alimentos, sofreu muito pouco, tanto porque a exportação continua firme e forte como porque a demanda interna para produtos essenciais segue sem queda", afirma Silvia Matos, economista do Ibre/FGV.
Mesmo com pouco peso no cálculo do PIB, com participação da ordem de 5%, os analistas destacam que o agronegócio representa um segmento com grande protagonismo na economia brasileira, principalmente quando se leva em conta também a participação das agroindústrias (como frigoríficos) e o setor de serviços da atividade (como transporte de cargas).
O economista Sergio Vale, da MB Associados, explica que o agronegócio está passando por um "momento recorde de produção e renda", que tem ajudado a dinamizar a economia das regiões com forte presença desse setor como o Centro-Oeste.
A projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é de que o PIB do setor registre crescimento de 1,5% em 2020. Para 2021, a expectativa é de que o agro cresça 3,2%.
Fonte: G1