Por causa dos efeitos adversos da pandemia da covid-19, o Produto Interno Bruto brasileiro teve a menor taxa da série histórica, iniciada em 1996
Em 2020, o PIB brasileiro recuou 4,1% em relação ao ano anterior. Houve queda de 3,9% no Valor Adicionado a preços básicos e de 4,9% no volume dos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.
O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: agropecuária (2,0%), indústria (-3,5%) e serviços (-4,5%).
Consequentemente, o PIB per capita recuou (em termos reais) 4,8% em relação ao ano anterior, alcançando R$ 35.172 (em valores correntes) em 2020.
A variação em volume do Valor Adicionado da Agropecuária no ano de 2020 (2,0%) decorreu do crescimento da produção e ganho de produtividade da agricultura, que suplantou o fraco desempenho das atividades de pecuária e pesca, com destaque para soja (7,1%) e café (24,4%), que alcançaram produções recordes na série histórica.
Na indústria (-3,5%), o destaque negativo foi o desempenho da construção (-7,0%) que voltou a cair este ano. A atividade das indústrias de transformação também recuou (-4,3%), influenciada, principalmente, pela queda, em volume, do Valor Adicionado da fabricação de veículos automotores; de outros equipamentos de transporte, confecção de vestuário e metalurgia.
A atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos teve variação negativa de 0,4% em relação a 2019. Apesar de as bandeiras tarifárias terem estado mais favoráveis em 2020, o isolamento social e a baixa atividade econômica foram decisivos para o resultado negativo. As indústrias extrativas, por sua vez, cresceram 1,3%, devido à alta na produção de petróleo e gás que compensou a queda da extração de minério de ferro.
Nas atividades que compõem os serviços, as variações negativas foram: outras atividades de serviços (-12,1%), transporte, armazenagem e correio (-9,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-4,7%), comércio (-3,1%), informação e comunicação (-0,2%). apresentaram avanço as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%) e as otividades imobiliárias (2,5%).
Na análise da despesa, houve variação negativa de 0,8% da Formação Bruta de Capital Fixo. A Despesa de Consumo das Famílias recuou 5,5% em relação a 2019, principalmente pela piora no mercado de trabalho e o distanciamento social por causa da pandemia. A Despesa do Consumo do Governo, por sua vez, recuou 4,7%.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços caíram 1,8%, enquanto as Importações de Bens e Serviços caíram 10,0%.
PIB atinge R$ 7,4 trilhões em 2020
No acumulado do ano, o PIB em valores correntes totalizou R$ 7,4 trilhões, dos quais R$ 6,4 trilhões se referem ao VA a preços básicos e R$ 1 trilhão aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.
A taxa de investimento em 2020 foi de 16,4% do PIB, acima do observado em 2019 (15,4%). Já a taxa de poupança foi de 15,0% (ante 12,5% em 2019).
Comparações do PIB
O PIB cresceu 3,2% no 4º trimestre de 2020 na comparação com o trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal). A indústria e os serviços apresentaram variação positiva de 1,9% e 2,7%, respectivamente, enquanto a agropecuária recuou 0,5%.
Frente ao quarto trimestre de 2019, no entanto, o PIB recuou 1,1%, o quarto resultado negativo consecutivo, após 12 trimestres de alta nesta comparação. O Valor Adicionado a preços básicos retraiu 1,4% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios apresentaram variação positiva de 0,2%.
Fonte: IBGE