Falta de matéria-prima para a indústria, fim do auxílio emergencial e aumento dos preços fazem com que ruptura aumente no País. Índice volta ao nível do auge da pandemia, em maio de 2020
O índice de ruptura nos supermercados brasileiros alcançou 12,49% em janeiro, contra os 12,10% em dezembro de 2020, de acordo com estudo realizado pela Neogrid.
Quando se analisa o histórico da ruptura ao longo do último ano, pode-se notar que o índice vem em uma crescente desde setembro de 2020. A maior porcentagem foi registrada em maio do ano passado, auge da pandemia, quando a ruptura atingiu os 12,57%.
De acordo com Robson Munhoz, CCO da Neogrid, a ruptura tão alta no varejo se dá pela falta de matéria-prima. "Está faltando papel, papelão, madeira, vidro e alumínio, entre outros materiais. E isso vem causando transtorno na indústria, que impacta toda a cadeia de abastecimento. A indústria não consegue embalar e nem produzir produtos e, com isso, atrasa produção e entrega", explica. Outro fator apontado pelo executivo é o poder de compra dos brasileiros, que caiu com o fim do auxílio emergencial, gerando redução no consumo e trade down entre as categorias.
O terceiro fator que explica o aumento da ruptura é a alta de preço dos produtos que acarretam uma negociação mais demorada entre o varejo e a indústria. "Desta forma, o varejo demora em fazer pedido e este demora mais porque falta matéria-prima. Estamos vivendo um problema generalizado na cadeia de abastecimento. As consequências são o aumento da ruptura na ponta e a consequente inflação pelo aumento constante de preços", encerra Munhoz.
Fonte: Redação SuperHiper