Preço do pão francês pode subir até 13 %

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Representante das indústrias do trigo afirma que sem redução de impostos internos e de importação, produto vai ficar mais caro

 

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), embaixador Sérgio Amaral, disse ontem que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) precisa reduzir a Tarifa Externa Comum (TEC) para o trigo (matéria-prima do pão) importado de países fora do Mercosul. As indústrias necessitariam comprar mais de outras nações para suprir o consumo interno e se pagarem mais teriam que repassar os custos, o que chegaria ao bolso do consumidor.

 

Além disso, segundo a Abitrigo, também é necessária a redução do PIS e da Cofins para trigo e derivados, a exemplo do que o governo fez, no ano passado, para evitar o aumento do pão. A entidade calcula que sem as duas medidas o preço do pão poderá aumentar de 12% a 13% este ano. A Camex tem reunião marcada para hoje, quando o Ministério da Agricultura pode apresentar um levantamento dos estoques de trigo no país e definir uma posição do governo sobre a necessidade de reduzir o Imposto de Importação. A instituição tem sido contra a queda desse tributo. Quanto à isenção de PIS e Cofins, a resistência é do Ministério da Fazenda, que avalia que o benefício concedido em 2008 não chegou ao consumidor.

 

Inflação

 

Um eventual aumento no preço do pão pode afetar a inflação, que apresentou elevação menos intensa em cinco das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) no período de um mês terminado no último dia 15. Nesse caso, a comparação é feita com o período mensal concluído dia 7.

 

Houve desaceleração em São Paulo (0,34% para 0,19%), em Porto Alegre (de 0,36% para 0,20%); Recife (de 0,53% para 0,20%); Rio de Janeiro (de 0,46% para 0,43%) e Salvador (de 1,14% para 0,84%). As outras capitais apresentaram aceleração de preços, ou deflação mais fraca. É o caso de Belo Horizonte (de -0,06% para -0,05%) e Brasília (de 0,14% para 0,24%). Embora todas as cidades contribuam para a formação da taxa do IPC-S, a inflação em São Paulo é a de maior peso no cálculo do índice, cujo resultado total registrou desaceleração, de 0,43% para 0,29%, entre a primeira e a segunda prévia de junho, conforme anunciado ontem pela FGV.

 

Outra taxa também apresenta perda de fôlego, especificamente em São Paulo. O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Antonio Evaldo Comune, reduziu de 0,25% para 0,23% a expectativa da inflação em junho na cidade de São Paulo.

 

De acordo com ele, o indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) deve permanecer com uma taxa moderada no decorrer deste mês e chegar ao fim do período com um resultado 0,10 ponto percentual abaixo do observado no fechamento de maio, quando a taxa foi de 0,33%.

 

“A inflação continua bastante baixa em São Paulo. Esse número só reforça a nossa expectativa para o ano”, disse Comune, em entrevista concedida à Agência Estado, na sede do instituto. Ele mantém a previsão de 4,50% para o IPC de 2009, mas deve revisá-la para um número menor no começo de julho, quando será conhecido o resultado definitivo de junho.

 

Veículo: Correio Braziliense


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