Os fabricantes de computadores e o varejo especializado já começam a se preparar para o lançamento do Windows 7. O novo sistema operacional da Microsoft chega ao consumidor no dia 22 de outubro, mas o software já está nas mãos das companhias de PCs desde 24 de junho.
A previsão é de que micros de mesa, notebooks e até netbooks (os laptops de tamanho reduzido) estarão disponíveis com o Windows 7 logo na sequência de seu lançamento. Leandro Canado, diretor de eletroeletrônicos da rede varejista Fnac, estima que na primeira semana de novembro 90% dos fabricantes já terão computadores equipados com o novo sistema.
A Positivo, maior fabricante de computadores do país, prevê uma adoção rápida. Segundo César Aymoré, diretor de marketing da companhia, dentro de um ano todos os computadores fabricados pela Positivo virão com o sistema. A atuação mais forte da Positivo é no segmento varejista, voltado ao consumidor final. Sílvio Ferraz de Campos, diretor comercial da fabricante Accept, também acredita que o sistema terá uma boa aceitação no mercado empresarial, já que poucos de seus clientes optaram pelo Vista. A maioria das empresas atendidas pelo Accept acabaram mantendo o XP, antecessor do Vista. "Agora, sim, vai haver uma migração", diz o executivo.
Na avaliação do mercado, entretanto, a chegada do Windows 7 não será o fator decisivo nas compras de fim de ano. Renata Gaspar, diretora de marketing da Hewlett-Packard (HP) para a América Latina, aposta no crescimento das vendas de computadores, mas atribui o movimento a uma combinação de fatores. "A chegada do fim do ano, o Natal e o arrefecimento da crise vão gerar um efeito positivo, mas é difícil saber quanto disso estará relacionado ao Windows 7", diz.
Segundo a executiva, os consumidores não estão segurando as compras para esperar o lançamento do software, até porque as máquinas compradas com o Vista a partir de 21 de junho poderão ser atualizadas gratuitamente para o Windows 7. Para Aymoré, da Positivo, um incremento nas vendas estaria mais relacionado à movimentação natural do mercado. "O consumidor brasileiro é dinâmico. Depois de dois ou três anos, ele prefere trocar de máquina ao invés de atualizá-la", diz.
Segundo Fernando Fraga, gerente de produtos da linha de portáteis da LG, é possível que haja uma freada nas vendas em setembro, por conta da expectativa do consumidor em relação ao programa. "As pessoas que estavam se preparando para adquirir uma máquina agora podem suspender os planos por um curto prazo e, assim, comprar um equipamento já com o Windows 7", afirma.
Apesar das críticas positivas que o sistema vem recebendo de publicações especializadas, analistas dizem que a Microsoft terá pela frente um árduo trabalho de convencimento dos usuários. Segundo Martim Juacida, da consultoria IDC, o Vista deixou uma imagem negativa para o consumidor e a Microsoft terá de reverter essa percepção.
Alessandro Belgamo, gerente geral da divisão Windows da Microsoft no Brasil, diz que ainda é cedo para avaliar o impacto do sistema nas vendas de PCs. Para o executivo, há uma série de fatores positivos, como a retomada da economia e a facilidade de crédito. "Acredito que o momento é bom", afirma.
A Microsoft ainda não revelou detalhes da estratégia de lançamento do Windows 7, mas o orçamento de marketing deve ser milionário. Na estreia do XP foram gastos US$ 500 milhões no mundo, a mesma quantia destinada posteriormente ao Vista.
As projeções de vendas de PCs no Brasil este ano são variadas: a IDC prevê queda de 11,5% frente a 2008, com 10 milhões de máquinas vendidas, enquanto a Abinee, associação do setor eletroeletrônico, estima vendas iguais às do ano passado, de 12 milhões de unidades.
Veículo: Valor Econômico