Após nove meses de queda, as vendas do comércio varejista da região metropolitana de São Paulo tiveram alta de 10,8% em junho igual mês de 2008, segundo dados da Fecomercio-SP. Em relação a maio, o aumento foi de 5,4%. Segundo o levantamento, os setores de maior peso no varejo, Comércio Automotivo e Supermercados, foram os que mais contribuíram para a alta no mês. O movimento acumulado no primeiro semestre também registrou alta de 0,8% comparativamente ao mesmo período de 2008. Esta é a primeira vez no ano em que a taxa acumulada se mostra positiva.
Dentre as oito atividades pesquisadas pelo estudo, apenas três tiveram queda mensal no faturamento em junho. As lojas de materiais de construção, por exemplo, seguem apresentando baixas em relação ao ano passado. Em junho, a redução foi de 1% ante o mesmo mês de 2008. No primeiro semestre, o desempenho do setor também foi negativo, com queda acumulada de 4,9% no faturamento real.
Na mesma linha, as vendas de eletroeletrônicos e eletrodomésticos apresentaram reduções significativas ao longo de todo o primeiro semestre. Segundo a pesquisa da Fecomercio-SP, o setor teve retração de 9,5% em junho ante igual período do ano passado. No acumulado semestral, a queda foi ainda maior: 12,6% em relação aos seis primeiros meses de 2008.
Segundo o economista da Fecomercio-SP Altamiro Carvalho, a redução recente do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para esses produtos apenas amenizou a queda das vendas. "Os consumidores voltaram a comprar bens básicos de consumo", destacou Carvalho. "Isso se deve aos incentivos do governo, como a redução do IPI, e ao aumento da massa de rendimento, que atingiu crescimento médio real de 5% no semestre".
A Fecomercio informou que a pesquisa indica que o Comércio Automotivo, que até maio apresentou quedas mensais nas vendas reais, foi o setor que mais cresceu em junho: 14,4% sobre junho do ano passado, "mostrando sinais importantes de recuperação, o que permitiu reduzir o índice negativo acumulado de 9% até maio para 4,9% no primeiro semestre".
Segundo Altamiro Carvalho, a redução do IPI "mostrou eficácia para recuperar o movimento nas concessionárias", que também montaram estratégia para estimular as vendas e a normalização do crédito direcionada para o segmento. "Esses elementos conseguiram impactar a confiança do consumidor, hoje muito menos apreensivo do que no início da crise em meados do ano passado", afirmou o economista.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ