A Rede Smart - rede que congrega supermercados de pequeno porte controlada pelo grupo Martins - vai ampliar o investimento em mídia on-line para reforçar sua posição no mercado. A previsão é de que em 2009 a receita da empresa, sediada em Uberlândia (Triângulo Mineiro) supere o crescimento de 2,5% projetado para o setor pela Associação Mineira de Supermercados (Amis) frente a 2008. Naquele ano, o faturamento somou R$ 7,3 bilhões.
Para alcançar a meta, os aportes destinados a campanhas off-line - televisão, rádio e impressos - serão mantidos. Segundo o gerente de Marketing e Comercial da rede, Marcelo Cavalcanti, as campanhas lançadas na internet seguirão na linha de raciocínio da Rede Smart. "Damos ênfase ao varejo regional, nossos afiliados são supermercados de bairro. As campanhas, portanto, têm caráter intimista. Usaremos redes de relacionamento para disseminá-las", afirmou.
A aposta parece ter dado certo. Na terça-feira a empresa lançou um teaser institucional de comemoração aos 9 anos de atuação no Youtube. Somente na quinta-feira, o material registrou mais de 38 mil acessos.
O gerente de Marketing e Comercial não informou o valor investido na campanha ou o aporte total que será destinado ao marketing da rede neste ano. No entanto, ele comentou que o montante é alto. "Investir pesado neste tipo de ação é um dos diferenciais competitivos da Rede Smart. Os supermercados associados à nossa bandeira não teriam esse ‘poder de fogo’ se atuassem de forma isolada", disse.
Rede - No Brasil, 1,225 mil supermercados "de bairro" são filiados à bandeira. Minas Gerais possui 344 lojas e responde por aproximadamente 40% da receita da rede, o equivalente a R$ 2,92 bilhões em 2008.
Além de investir em marketing e propaganda, Cavalcanti aposta na mudança de hábito do consumidor e na consolidação do modelo de negócio para ampliar a rede e o faturamento em 2009 na comparação com o exercício anterior.
Segundo ele, até a década de 90 as pessoas iam aos supermercados uma vez por mês e adquiriam qrande quantidade de produtos. O motivo era o desarranjo econômico vivenciado pelo país na época, que culminou em um cenário de hiperinflação.
"O consumidor não sabia se os preços seriam mantidos até o final do dia. Por isso, comprava em grandes volumes e estocava. Hoje, apesar da crise financeira internacional, ele sabe que a inflação está controlada. Por isso, pode comprar de acordo com a necessidade". Atualmente, o tíquete médio (TM) das lojas Smart gira em torno de R$ 20.
Cabe ressaltar que no último ano do governo Sarney, de 1985 a 1986, a inflação ultrapassou a marca dos 220%. De 1989 a 1990, o país foi assolado pela hiperinflação, que chegou a 2.751%.
Outro diferencial citada por Cavalvanti como responsável pelo bom desempenho da rede é a forma diferenciada com que os consumidores são atendidos. Como as lojas estão localizados em bairros, a aproximação dos funcionários com o cliente é maior, fator que possibilita a fidelização.
Perfil - Os supermercados filiados à rede Smart possuem perfil predefinido. Conforme afirmou o gerente de Marketing e Comercial, as lojas têm entre 300 metros quadrados e 1 mil metros quadrados, mix com cerca de 10 mil itens e faturam entre R$ 250 e R$ 1 milhão.
A taxa de adesão para associar-se é de R$ 10 mil. Há, ainda, uma taxa mensal de R$ 1,2 mil para uso da marca, publicidade e administraçao. No entanto, segundo Cavalcanti, este valor pode sofrer redução de acordo com o volume de compras realizadas com o grupo Martins. "As lojas podem ter outros fornecedores", disse.
Além disso, os funcionários e gerentes das lojas associadas podem utilizar a estrutura da Universidade Martins do Varejo (UMV), em Uberlândia, que oferece cursos presenciais e a distância sobre o universo comercial. Há 16 anos no mercado, mais de 180 mil pessoas já foram treinadas pela UMV. (TM)
Veículo: Diário do Comércio - MG