Comércio varejista da cidade teve a 1ª alta depois de 9 quedas seguidas
Após nove meses de queda no faturamento real, o comércio varejista na capital paulista registrou em junho os primeiros sinais de recuperação. A conclusão é da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), promovida mensalmente pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). No mês de junho, houve alta de 5,4% no varejo, ante maio de 2009. O crescimento foi ainda maior no comparativo com junho de 2008: salto de 10,8%.
Ainda de acordo com a pesquisa, o movimento acumulado no primeiro semestre subiu 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa é a primeira vez no ano em que a taxa acumulada registra tendência de alta. O resultado em junho foi puxado pelo comércio automotivo e por supermercados, atividades de maior peso no varejo.
"Os consumidores voltaram a comprar bens básicos de consumo", comemora Altamiro Carvalho, economista da Fecomércio. "Isso se deve aos incentivos do governo, como na redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e ao aumento da massa de rendimento, que atingiu crescimento médio real de 5% no semestre", explica. O especialista também atribui a recuperação do setor varejista ao crescimento da oferta de emprego na capital, no segundo trimestre.
O faturamento na venda de carros e motos, que até maio registrava fortes quedas ante os mesmos meses do ano passado, em junho saltou 14,4% sobre o mesmo período de 2008. O resultado permitiu reduzir o índice negativo acumulado no semestre de 9%, até maio, para 4,9%. De acordo com Altamiro Carvalho, a redução do IPI mostrou eficácia para recuperar o movimento nas concessionárias. "As medidas do governo federal impactaram na confiança do consumidor, hoje muito menos apreensivo do que no início da crise."
A segunda maior elevação no faturamento em junho foi registrada no setor de supermercados, com alta de 12,2% ante igual mês de 2008. Essa é a terceira alta consecutiva no setor. No primeiro semestre, o desempenho também foi positivo, acumulando aumento de 5,6% em relação aos primeiros seis meses de 2008. Para Carvalho, a alta no setor revela a tendência do consumidor em dar prioridade a gastos que foram cortados durante os primeiros meses de crise, no fim do ano passado.
Outra atividade que reverteu o nível de baixas foi o setor de vestuário, tecidos e calçados, que finalizou junho com alta de 11% no comparativo com o mesmo mês de 2008. O segmento de farmácias e perfumarias também teve recuperação no período, apresentando elevação de 10,3% em comparação ao mesmo mês do ano passado.
Veículo: O Estado de S.Paulo