Rede Lojas Colombo entrará em SP de olho na alta renda

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Com o novo conceito premium, a Lojas Colombo, uma das maiores redes de eletrodomésticos e móveis do País, com 360 unidades e sediada no Rio Grande do Sul, prepara-se para dar um passo decisivo em sua expansão: vai entrar na cidade de São Paulo, onde optou por conquistar os públicos A e B. A empresa diz ter dinheiro em caixa e planos de alcançar abrangência nacional.

 

A rede abrirá amanhã a sua primeira loja na cidade de São Paulo, no Shopping Anália Franco. Outra já está prevista para ser aberta em novembro, no Shopping Vila Olímpia, nas quais a empresa investiu R$ 5 milhões. Há ainda a intenção de investir, até 2010, mais de R$ 20 milhões na abertura de ao menos oito unidades em shoppings da capital e em outras grandes regiões, como Rio de Janeiro, Brasília e Goiânia.

 

Com um novo conceito de loja, o premium, a rede mostra uma estratégia diferente para ter espaço em um mercado dominado pela Casas Bahia e onde o Magazine Luiza optou por abrir 40 lojas quase ao mesmo tempo. A empresa continua nas mãos da família Colombo e, de acordo com Eduardo Colombo, diretor de Vendas e neto do presidente e fundador da rede, Adelino Colombo, a abertura de outras lojas está sendo negociada com outros shoppings. O desafio é fazer com que a marca seja reconhecida também fora do sul do País. Para isso já estão previstos investimentos em marketing.

 

O diretor explica que a entrada em São Paulo já era estudada desde 1999 e que em 2002 a rede chegou a abrir duas unidades tradicionais na capital, mas recuaram e a experiência serviu para planejar a nova estratégia. Enquanto isso, também optaram por reforçar seu nome no interior do estado - onde já possuem 86 unidades. As demais estão no Rio Grande do Sul (160 lojas), em Santa Catarina (44), no Paraná (67) e em Minas Gerais (13). "A capital é um dos principais mercados do Brasil e é muito competitiva. Precisávamos consolidar a marca no interior. Ainda não somos tão conhecidos como gostaríamos, mas estamos trabalhando para isso", disse Eduardo Colombo.

 

O diretor afirma que paralelamente à expansão do formato premium ocorre também a expansão do formato tradicional, com previsão de abertura de mais 20 lojas. Para não ter dificuldades de distribuição com a expansão para outros estados também já estão se preparando. Hoje, a Lojas Colombo possui 3 centros de distribuição (CDs), em Porto Alegre, Curitiba e na cidade de Sumaré (SP), o último dos quais deve dobrar a sua capacidade.

 

A rede, que no ano passado teve faturamento de R$ 1,273 bilhões e lucro líquido de R$ 103,4 milhões, um crescimento de 52% sobre 2007, espera fechar 2009 com alta de 12% nas vendas frente a 2008.

 

Mercado

 

Para Claúdio Felisoni, professor do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), ao abrir uma loja premium na capital a Lojas Colombo deve concorrer diretamente com redes como a Fast Shop e explorar outro segmento, o público A e B, que a Casas Bahia, por exemplo, não tem como foco. "A capital é um centro nervoso, concentra renda. A Colombo já esteve aqui e volta para disputar outro mercado." Já o Magazine Luiza, para ele, optou por uma estratégia mais ousada e com mais peso para enfrentar a rede da família Klein, dona da Casas Bahia, que enfrenta mudanças na estrutura acionária: Saul Klein, filho do fundador e irmão mais novo de Michael Klein, presidente da empresa, sai da companhia ao vender sua parte a Michael.

 

Preço

 

Para o professor do Provar, esse varejo tem como grande diferencial o preço e as margens pequenas, o que faz com que as redes tenham de ter grande giro de negócios. De acordo ainda com pesquisa do Provar, realizada na Grande São Paulo e que analisou a intenção de compra dos consumidores nos meses de julho, agosto e setembro, 72,9% dos entrevistados que querem comprar itens de linha branca devem comprá-los na Casas Bahia. A maioria que se repete tem intenção de adquirir um móvel (57,7%) ou eletrônico (65,2%).

 

No ranking da entidade, em 2008, das maiores redes de varejo do Brasil se destacavam Carrefour, com faturamento de R$ 22,5 bilhões; Grupo Pão de Açúcar- antes de adquirir o Ponto Frio, outra grande rede de "eletromóveis"- com receita de R$ 3,8 bilhões; Casas Bahia, que faturou R$ 14 bilhões, e Magazine Luiza, com R$ 3,8 bilhões.

 

Veículo: DCI


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