Mercado mundial ficará sem açúcar pelo 2º ano, diz órgão internacional

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O comprometimento das plantações de cana-de-açúcar da Índia ao Brasil leva à conclusão de que não haverá açúcar suficiente no mercado mundial pelo segundo ano consecutivo, segundo a Organização Internacional do Açúcar de Londres (OIA)

 

A demanda mundial ultrapassará a produção em até 5 milhões de toneladas até setembro de 2010, o que levará a um déficit recorde de dois anos na ponta da oferta, acrescenta a OIA. Áreas do Brasil - o maior produtor mundial - estão encharcadas por um volume de chuvas quatro vezes maior que o normal e úmidas demais para a colheita. A Índia, o maior consumidor mundial de açúcar, teve seu mês de junho mais seco dos últimos 83 anos e deverá duplicar as importações.

 

O número de opções de compra de açúcar para entrega em março a US$ 0,30 por libra-peso, preço 44% mais elevado que o praticado em 7 de agosto na Bolsa de Nova York, ficou mais de 18 vezes maior nos últimos quatro meses. A disparada aumentou os gastos para as empresas alimentícias como a Kellogg Co. e a Kraft Foods Inc. e elevou os lucros da Cosan SA Indústria e Comércio, a maior processadora mundial de cana.

 

Os fundos de hedge e outros grandes especuladores mais do que duplicaram suas posições compradas líquidas, ou apostas de que os preços vão subir, para 206.330 contratos este ano, o maior volume desde o recorde de 240.792 registrado em janeiro de 2008, segundo revelam dados da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, pelas iniciais em inglês) dos Estados Unidos.

 

Opções a 40 Centavos

 

O açúcar disparou 76% este ano, alcançando US$ 0,2085 por libra-peso na semana passada, seu preço mais alto desde abril de 1981. A Bajaj Hindusthan Ltd., a maior produtora da Índia, prevê que o produto poderá alcançar US$ 0,25 por libra-peso no final do ano, enquanto o Mizuho Corporate Bank Ltd. estima US$ 0,30 por libra-peso.

 

O número de opções de compra a US$ 0,40 para março de 2010 cresceu cinco vezes, chegando a 18.800 contratos nos últimos quatro meses. Um contrato de compra dá ao portador o direito, mas não a obrigação, de comprar uma commodity a um determinado preço a uma data especificada.

 

Em 1974, a cotação da commodity ficou 16 vezes mais alta ao longo de cinco anos e alcançou o recorde de US$ 0,66 por libra-peso. Naquele ano, os estoques mundiais caíram para seu menor nível ao longo de dez anos. Desde então, a produção mundial duplicou antes do recente aperto da oferta.

 

Veículo: DCI


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