Quando o empresário Antônio Eustáquio Silveira montou, em 1999, uma fabriqueta de bolos com receita caseira não imaginava a dimensão que os negócios da Danúbio Indústria e Comércio Ltda (Baldini) iria alcançar no mercado mineiro de panificação.
A empresa, que há 10 anos tinha apenas três funcionários, emprega hoje 185 pessoas. As 30 toneladas mensais produzidas no início das atividades saltaram para 400 toneladas/mês. Os 200 metros quadrados que davam suporte à produção da Baldini em Belo Horizonte foram substituídos por um galpão com 3 mil metros quadrados, instalado em uma área de 10 mil metros quadrados, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
"Produzíamos apenas bolos. No começo, faltavam clientes e recursos. Com persistência, passamos a produzir pães a partir do segundo ano de atuação, hoje o carro-chefe da marca", disse o fundador e sócio da Baldini, Antônio Eustáquio Silveira. "Não foi fácil conseguir espaço no mercado", acrescentou.
Segundo o empresário, hoje o mix da Baldini é formado por 10 produtos. O pão de forma responde por 50% do faturamento. O restante é dividido entre pães integrais e bisnagas. Os produtos são voltados, conforme Silveira, para todas as classes sociais.
Apesar da estrutura sólida, a Baldini continua com foco em Minas Gerais. "Já tivemos no Espírito Santo, mas não compensou. Hoje, o Estado responde por 100% das vendas, sendo que a RMBH detém 90% delas", informou.
Crise - Sobre os efeitos do desaquecimento econômico, Silveira afirmou que a empresa não para de crescer, talvez impulsionada pelos diversos públicos que atende. Por isso, a expansão na receita foi de 30% em 2008 na comparação com 2007. Para este ano, a previsão é ainda melhor. "Pretendemos registrar incremento de 35% em relação a 2008", afirmou.
Com os bons resultados obtidos e com a fábrica operando com apenas 5% de ociosidade, a Baldini já negocia a ampliação do parque industrial. O investimento de R$ 1,8 milhão - 50% capital próprio - vai dobrar a produção no início de 2010, chegando a 800 toneladas mensais. "Está quase tudo certo", adiantou.
Expandir não é novidade para a Baldini. Em 2007, a empresa aumentou em 100% a capacidade fabril, quando se transferiu de Belo Horizonte para Contagem.
A fábrica também aposta no crescimento na demanda devido à expansão dos pontos comerciais. "Em relação ao ano passado, estamos com 25% a mais de pontos-de-venda e nos consolidando cada vez mais na Capital", informou.
Carona - A Helga Boger Indústria e Comércio de Pães de Centeio Ltda, localizada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), também não sofreu efeitos da crise econômica. "As pessoas não param de comer", justificou o gerente-geral da empresa, Erich G. K. Boger. Segundo ele, a produção média de 1,6 mil quilos de pães por semana, verificada em 2008, está sendo mantida em 2009, mesmo com os efeitos do desaquecimento na economia.
De acordo com ele, os 6,4 mil quilos mensais ainda sofrerá acréscimo de 30% quando se aproximar o período de produção voltada para o Natal. O faturamento, não revelado, também está estável em relação a 2008. "Vamos continuar investindo, agora, em produção de outros alimentos, como salsicha", adiantou.
A Helga Boger, fundada em 1972 por descendentes alemães, tem 12 funcionários diretos. O mix abrange 23 produtos, sendo que o pão de centeio ainda é o carro-chefe. Apesar de mineira, 80% das vendas são destinadas a São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A explicação está no maior número de descendentes alemães nesses estados. "Nosso público consumidor ainda é 90% formado pela colônia alemã", informou.
A empresa também tem uma loja (H.B. Frios Ltda) que revende seus produtos no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul da Capital. Vale lembrar que um dos maiores desafios da empresa é atrair o consumidor mineiro. "Aos poucos, vamos conquistando esse público, que começa a conhecer os produtos, principalmente por serem pães saudáveis", completou
Veículo: Diário do Comércio - MG