Pequenos mercados viram sinônimo de bom negócio

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Elevação do poder de compra transforma periferia em nicho cobiçado de consumo. Disputa entre grandes redes e microempresários favorece clientes

 

O aumento do poder compra da população brasileira está levando gente como Elias Novaes a uma batalha diária ao estilo da que Davi travou contra Golias. Eleégerente doMini Sodré, um entre os mais de 3 mil mercadinhos em atividade em Salvador e um dos muitos que atendem o populoso bairro de São Cristóvão.

 

As grandes redes descobriram o poder da periferia e os tradicionais mercadinhos têm tido que se desdobrar para sobreviver a uma concorrência pesada – e cada vez mais próxima – dos gigantes.

 

A intençãodos grandesempreendimentos é ampliar a participação nos R$ 26 bilhões que os supermercados movimentam por ano, gerando R$ 346 milhões em salários, de acordo com a Pesquisa Anual do Comércio.

 

Embora os dados oficiais não detalhem a importância dos pequenos, a participação das microempresas na geração de empregos ajuda a mensurar a relevância dos mercados de vizinhança para a economia local. As micro foram as responsáveis por 28,88 mil dos 32.9 mil postos gerados na Bahia em 2009, de acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado (SEI).

 

Além disso, um levantamento feito pelo presidente da rede Mix Bahia Josué Teles, sobre a importância dos estabelecimentos menores, apontou que os mais de 3 mil empreendimentos em atividade em Salvador faturam entre R$ 200 mil e R$ 900 mil por ano e geram 90 mil empregos.

 

De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o crescimento do setor está voltado ao atendimento das necessidades das classes C, D e E. De acordo com a entidade, os gêneros alimentícios de primeira necessidade e produtos de higiene pessoal e limpeza têm sido bastante procurados. Conforme a associação do setor, a área de mercearia, que inclui produtos alimentícios, aumentou a participação nas vendas de 32,6% para 38,7%.

 

Carona para casa Para fazer frente à diferença de poder econômico nas negociações de preços e prazos com fornecedores, os pequenos apelam para o atendimento e estratégias de distribuição.

 

Quem compra em mercadinho recebe as compras empacotadas, com direito a carona para casa. Outro diferencial é a proximidade de casa. Para a dona de casa Eliete de Souza, apesar da pouca variedade, estar perto de casa é um diferencial. “É bom só porque nãogosto de ir longe para fazer compras”, disse. O pequeno varejista procura usar bem as poucas armas que tem. O grande não oferece empacotador? No bairro tem. O atendimento é personalizado e ele chega a indicar pessoalmente aos clientes os produtos que estão em promoção. O fiado é que anda em desuso. Não só no Mine Sodré, em São Cristóvão. Quem ainda oferece, pede sigilo.

 


Veículo: A Tarde - BA


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