Nestlé prevê ritmo menor do consumo no 2º semestre

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As vendas pujantes do primeiro semestre dificilmente devem se repetir a partir de agora. Essa é a opinião de Ivan Zurita, presidente da Nestlé, que projeta crescimento menor nas vendas nos próximos meses.


"Como outros segmentos industriais, crescemos bem no primeiro semestre, em torno de 7%", diz Zurita. "Mas não projetamos o mesmo percentual para o ano porque o segundo semestre pode ser mais difícil."


Isso porque, segundo Zurita, a inflação dos alimentos e o aperto monetário, com o aumento da taxa básica de juros, reduzem o poder aquisitivo da população.
"Com o aumento muito elevado e de longo prazo nas commodities, o preço acaba sendo afetado na ponta", diz ele. "Num país com alta sensibilidade salarial, o consumo é afetado."


Paulo Francini, diretor do Departamento de Economia da Fiesp, afirma que os fabricantes de alimentos foram os mais afetados em toda a indústria pela redução do poder de compra do consumidor. No último INA (Indicador do Nível de Atividade), divulgado pela Fiesp em junho, a atividade na área de alimentos foi reduzida em 4,8% em relação ao mesmo mês de 2007. O setor encolheu 2,8% em 2008 e 2,2% nos últimos 12 meses.


Mesmo assim, a Nestlé mantém o plano, anunciado em 2007, de dobrar de tamanho em cinco anos e atingir R$ 22 bilhões de receita em 2012. "O ideal seria crescer entre 8% e 10% neste ano, que é nosso objetivo", afirma Zurita. "De todo modo, devemos crescer o dobro do PIB e buscar a diferença até 2012."


Para crescer acima da média do mercado, ele afirma que a empresa quase não tem repassado os aumentos em matérias-primas como leite, cacau, açúcar e folha de flandres. "Estamos atentos ao que se passa no mercado", diz Zurita. "Temos sido bastante frios e tomado posições no limite para não afetar o consumo na ponta. Reduzimos margens e ganhamos eficiência, mas uma hora é preciso repassar aumentos."


Com quase 40% de seu crescimento calcado em lançamentos, a Nestlé anunciou ontem uma parceria com Lucilia Diniz. A empresária continuará dona da marca Good Light, que passa a ser produzida, distribuída e gerenciada pela Nestlé.


Os primeiros lançamentos são sopas, caldos e pastas da linha Maggi. A Nestlé espera faturar de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões em um ano com a linha e duplicar a receita a cada quatro anos.


Veículo: Folha de S.Paulo


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