A recuperação econômica apresentada no início deste semestre fez com que operadoras de telefonia móvel e redes varejistas adiantassem os pedidos às fabricantes de celulares, preparando-se para as vendas de Natal. Com o mercado novamente aquecido, o setor começa a arregaçar as mangas pela disputa dos consumidores, com novos produtos, lançamentos e estratégias de marketing, de olho também nas Copas de 2010, na África do Sul, e de 2014, no Brasil - sendo a tendência a venda de celulares com tevê, para exibição dos jogos.
Marcus Daniel de Souza Machado, diretor da área de Telecomunicações da LG, que em 2008 faturou US$ 2,8 bilhões no Brasil, explica que a companhia fechou o semestre com resultados positivos, maiores que os dos primeiros seis meses do ano passado, e certamente a tendência deste setor, para a Copa de 2010, na África do Sul, será de aparelhos de celular com TV digital embutida, o que deve atrair também os brasileiros interessados em acompanhar todos os jogos com a maior mobilidade possível. "Já estamos desenvolvendo projetos e ações para as Copas [de 2010 e 2014]. Vamos fazer alguma coisa tanto aqui quanto na África do Sul", explicou o executivo.
Já pensando no evento esportivo, Souza explica que, além dos dois modelos de aparelhos com TV digital embutida disponíveis na prateleira da companhia, é provável que no próximo ano esse portfólio seja expandido. Para o executivo, uma das maiores barreiras ao aumento das vendas desse tipo de aparelho no País ainda é o preço. "A popularização da TV no celular vai depender de novos lançamentos, que envolvam celulares mais baratos", conta.
Recentemente, a LG lançou o modelo LG GM630, que funciona como um aparelho de entrada de massa a esta tecnologia. O aparelho é comercializado por preços que variam de R$ 599 a R$ 699, ou seja, a um custo médio de R$ 300 a menos do que o dos modelos mais sofisticados, que chegam a custar cerca de R$ 1.000.
O executivo conta que a companhia está apostando na capacidade produtiva de sua fábrica, localizada em Taubaté, interior de São Paulo, para atender à demanda das maiores operadoras do País como Vivo, Claro, TIM e Oi, que, segundo Souza, já adiantaram seus pedidos para as vendas de Natal, assim como as rendes de varejo. "A demanda do segundo semestre está maior do que a do primeiro. Quem conseguir atender o mercado a tempo de ter uma boa distribuição no Natal terá um grande diferencial", disse.
Uma das maiores concorrentes da LG, a coreana Samsung, que em 2008 faturou US$ 2,7 bilhões no País, afirma que os planos para a Copa da África do Sul já começaram. "Estamos com o nosso carro alegórico na rua, pois o evento é muito importante para os brasileiros", disse Hamilton Yoshida, diretor de Marketing para a Divisão de Telecom da Samsung Brasil.
Yoshida, que também acredita na tendência do celular com TV digital para a Copa, afirma que, nos últimos 12 meses, a companhia lançou três aparelhos com essa tecnologia. "Será a primeira Copa do Mundo com transmissão digital. Queremos ingressar nesse cenário, levando em consideração que os jogos serão transmitidos em horário comercial no Brasil, quando as pessoas estarão se locomovendo", analisa.
O executivo diz que ainda não pode revelar as expectativas em relação ao aumento de vendas desses aparelhos devido à futura demanda da Copa, mas crê que é um fator completamente ligado à expansão do sinal digital em todas as regiões do País. "Vendemos 5 milhões de unidades do nosso aparelho com tecnologia touch screen [tela a toque] e TV embutida no mundo", revelou Yoshida.
Ano passado, a Samsung faturamento US$ 96 bilhões e investiu US$ 6 bilhões em Pesquisa e Desenvolvimento. No País, a fabricante possui duas plantas fabris localizadas em Campinas (SP), onde são fabricados apenas aparelhos de telefonia celular, exportados a cerca de 10 países da América Latina, além de outra operação situada em Manaus (AM), onde são produzidos produtos ligados à área de informática.
Apoio
Além das fabricantes de aparelhos de telefonia móvel, outras companhias do setor de telecomunicações já estão pensando em ações para a Copa de 2014. Rodrigo Abreu, presidente da Cisco do Brasil, afirma que, apesar de ainda pouco explícitas, existem grandes movimentações do setor para o evento. "Já temos vários comitês e grupos de trabalho que fazem planejamentos para infraestrutura direta e indireta de telecomunicações para a Copa de 2014", comentou.
Alexandre Fernandes, diretor de Serviços e Produtos da operadora Vivo, também aposta nos celulares com TV e em ações de marketing via celular. "A interatividade vai aumentar ainda mais, e o celular será uma ferramenta poderosa de mobile marketing", disse o executivo.
Veículo: DCI