As grandes redes do varejo começam a arregaçar as mangas para atender ao volume de vendas previsto para este Natal, período em que o Magazine Luiza prevê incremento de no mínimo 50% das vendas eletrônicas. O PontoFrio.com, que viu crescimento de 65% do no primeiro semestre deste ano, resolveu investir no fortalecimento logístico da loja virtual e construir mais um centro de distribuição (CD).
Segundo o CEO do PontoFrio.com, German Quiroga, este será o terceiro CD da operação de comércio eletrônico (e-commerce), que até o ano passado tinha apenas um, em Cajamar, na Grande São Paulo, quando separou sua operação da da rede física e passou por um grande processo de revitalização. "Há equipes das redes trabalhando juntas, e não alavancar a escala operacional é uma perda de oportunidade", pontuou Quiroga, admitindo que aproveitarão a proximidade e as práticas da rede que antes era sua concorrente no mercado, ampliando o poder de compra.
Hoje, o e-commerce do Ponto Frio possui uma fatia de cerca de 7% do mercado, que era de menos de 3% em 2008 e deve crescer ainda mais, diminuindo o monopólio da líder, B2W (resultado da fusão entre a Americanas.com e a Submarino.com), apesar de deter ainda 50% de participação do mercado. O executivo evitou dar detalhes sobre uma possível abertura de capital que integrasse as marcas Extra.com (braço do e-commerce do Grupo Pão de Açúcar) e Pontofrio.com, semelhante à da B2W.
Quiroga diz que a rede se beneficia da entrada de novos consumidores, ao ampliar o mix de produtos. "Começamos com mil itens, temos 15 mil e até o fim do ano deveremos ter 30 mil produtos." A previsão é passar a vender novas categorias, como livros, mas ainda com foco em eletrodomésticos, setor impulsionado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), um dos motivos que levaram à procura por um novo CD. "Com o IPI, o segundo CD já não estava dando conta e precisamos de mais um para o Natal: a expectativa é de que ele tenha capacidade para pelo menos até o próximo Natal", vê o CEO do PontoFrio.com.
Em entrevista ao DCI, a empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, garantiu que a operação de e-commerce continuará a receber investimentos para crescer no segmento. "A loja virtual já representa 11% do faturamento total da companhia", que registrou ano passado R$ 3,2 bilhões em vendas. Para o final do ano, a previsão é incremento de no mínimo 50% nas vendas, em comparação a 2008.
Francisco Donato, gerente de e-commerce do Magazine Luiza, contou que a loja virtual aumentou consideravelmente o volume de produtos comprados para atender a demanda na data. "O site está em fase de reformulação para atender às demandas do consumidor, cada vez mais atraído por novas tecnologias. As novas ferramentas vão aproximar mais o cliente da loja virtual", afirmou. Ontem, a varejista completou um ano de operações na capital paulista, onde possui 53 lojas.
Em relação ao abastecimento de produtos, da mesma forma como as concorrentes Ricardo Eletro, Lojas Colombo e Cybelar, a rede vê um déficit, principalmente na linha marrom (aparelhos de som e imagem). O gerente-geral do MagazineLuiza.com conta que "a entrega dos pedidos ainda não foi normalizada", mas a expectativa é que a situação volte ao normal para o período natalino.
Livros
Na rede de livrarias Saraiva, o e-commerce também é um dos focos de investimento e representa 35% do faturamento, com 1,5 milhão de clientes cadastrados. Marcílio Pousada, diretor presidente da rede, disse, durante o 12º Fórum de Varejo da América Latina, promovido pela consultoria Gouvêa de Souza & MD, que as operações on-line e físicas são unificadas, ao contrário das do Ponto Frio. "Vendemos mais no site durante o dia, das 9h às 18h, quando as pessoas estão trabalhando. Nas lojas físicas, o movimento é maior no final do dia, das 19h às 22h, por exemplo."
O site da rede Saraiva.com, também registra crescimento maior do que as lojas: de 1998, quando foi fundado, até o ano passado, cresceu 75,2%, enquanto o varejo físico da rede cresceu 17,5%. Hoje, a companhia tem 88 lojas, 40 Saraiva e 48 Siciliano, rede que a empresa adquiriu em 2008. A rede está se adaptando às mudanças do mercado decorrentes do avanço da internet, como um projeto piloto em que cliente pode baixar um filme no site pelo valor de R$ 3,90 a R$ 6,90, mais barato que uma locação.
Veículo: DCI