Crise leva executivos a corrida por franquias de acessórios

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O período de crise econômica desencadeou, este ano, uma corrida de executivos interessados em um negócio próprio e um aumento na abertura de lojas de franquias, o que fez o setor disparar, principalmente entre as áreas de acessórios, calçados e alimentação. Os segmentos crescem em faturamento acima de outras áreas e o mercado, como um todo, prevê ultrapassar os 13% de incremento este ano, ante o ano anterior. Por outro lado, algumas redes estão mais otimistas e há perspectiva de incremento de até 40% no faturamento.

 

Bandeiras com rápido retorno para o franqueado, até em menos de 24 meses, têm se destacado. É o caso de marcas como Morana e Balonè, do Grupo Ornatus, e da Puket. Além de redes como McDonald's, boas opções para os mais capitalizados. Para Jae Ho Lee, presidente do Grupo Ornatus, que além das marcas de bijuterias Morana e Balonè, detém a rede de restaurantes Jin Jin Wok, esse deve um dos melhores anos para o setor e para o grupo, já que a previsão é crescer 40%. Em 2008 a rede faturou R$ 108 milhões.

 

Um dos motivos do otimismo é o bom resultado com a seleção de franqueados, além de rigorosos estudos de viabilidade, que permitem que as lojas tenham retorno médio de 24 meses. "Fazemos estudos para verificar se os pontos terão um retorno de no mínimo 24 meses, mas existem operadores que conseguem lucrar em menos tempo."

 

O investimento médio para abrir qualquer um dos dois modelos é de R$ 220 mil, incluindo a montagem e estoque inicial, mas não o valor do ponto, que varia com o local. Já o faturamento mensal é de cerca de R$ 50 mil. "Temos lojas que faturam o dobro e alguns quiosques que faturam menos. Tudo depende do ponto e do franqueado, e se ele segue as nossas recomendações", diz Lee.

 

Segundo ele, já houve casos de repasse de franquias, que com novos gestores dobraram o seu faturamento. "Nós fazemos tudo, analisamos o ponto, fazemos treinamento e recomendações para o franqueado gerir a loja, ele só conclui o negócio". Por isso, fazem um forte processo de seleção para identificar seu perfil, habilidades e condições financeiras.

 

Hoje, afirma que há grande satisfação dos operadores. No início do ano, somando as duas marcas, tinham 100 unidades e, até dezembro, devem chegar a 160, apostando no aumento do poder de compra do público feminino. "As franquias que mais tem crescido estão ligadas ao público feminino. É culpa das mulheres, que estão mais presentes no mercado e com salários maiores".

 

Outra rede de franquias que atrai o público feminino é a Puket, com 66 lojas especializadas em meias e roupas íntimas, e deve finalizar o ano com 27 unidades a mais do que em 2008, quando abriu 22 lojas.

 

Para Liliana Martins, gerente de expansão da marca, o retorno é de 2 e 3 anos, sendo que o capital necessário é de R$ 280 mil, fora o ponto comercial. A procura é grande e são rigorosos os processos de seleção - 90% são mulheres. "Temos um amplo mix e, diferentemente de outras marcas de vestuário, os nossos itens, como meias e lingeries, não precisam ser liquidados para entrada de novas coleções, o que conserva as margens", diz.

 

Alimentação

 

O setor de alimentação também é indicado como um que mais tem crescido. O McDonald's é apontado como um dos com melhor nível de satisfação de franqueados, de acordo com Associação Brasileira de Franchising (ABF). No Brasil, operado pela Arcos Dourados, possui 565 lojas, 133 franquias e 432 próprias, e faturou R$ 3,3 bilhões em 2008, um crescimento de 22%.

 

A ABF diz que é necessário cerca de R$ 1 milhão para abrir uma unidade da marca, mas a empresa não divulga o retorno e exige características como ter entre 28 e 45 anos e experiência ligada ao setor. A marca investe em lojas diferenciadas, como a que será aberta esta semana em Sorocaba (SP), com um mini-ginásio para prática de exercícios, na qual investiu R$ 4 milhões.

 

Para Ricardo Bomeny, presidente da ABF, o setor, que faturou R$ 55 bilhões no ano passado e deve crescer 13% esse ano, "atrai um número maior de investidores mais capitalizados, que optam por negócios mais seguros".

 

Filomena Garcia, consultora do Grupo Cherto, especializado em franquias, diz que o mercado está com mais opções de marcas. "Há um grande número de ofertas e modelos variados, para todos os perfis, com investimentos que de R$ 30 mil a R$ 1,5 milhão." Só na Franchising Store, loja que vende franquias, em setembro, as vendas já dobraram as de 2008.

 

O setor de franquias prevê crescimento de 13% este ano com a corrida de executivos em busca de alternativas no setor, como opção de investimento depois da crise. Entre os segmentos que têm se destacado estão o de acessórios e calçados e o de alimentação - marcas de bijuterias como Morana e Balonè, do Grupo Ornatus, e a Puket, de moda íntima, prometem oferecer rápido retorno, de 24 meses. Redes de fast-food tradicionais como McDonald's também são opção para os executivos capitalizados, muitas vezes em busca de porto seguro para aplicar o dinheiro de indenização recebida ao perder o emprego.

 

Para Jae Ho Lee, presidente do Grupo Ornatus, a previsão é crescer 40% sobre as vendas de R$ 108 milhões do ano passado e chegar a 160 lojas. A seleção dos franqueados e estudos de viabilidade do ponto embasam seu otimismo. "Fazemos estudos para verificar se os pontos terão retorno em no mínimo 24 meses, mas há operadores que lucram em menos tempo", afirma.

 

Já a Puket, com 66 lojas, deve finalizar o ano com 27 unidades a mais do que em 2008, quando abriu 22 lojas. Segundo Liliana Martins, gerente de Expansão, o retorno se dá entre 2 e 3 anos. Segundo Ricardo Bomeny, presidente da Associação Brasileira de Franchising, o setor pode crescer 13% este ano, com faturamento de R$ 55 bilhões.

 

Veículo: DCI


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