Crescimento é de 4,7% em agosto ante o mesmo mês de 2008
As vendas de alimentos prosseguiram em alta no comércio e garantiram um crescimento de 4,7% nas vendas em agosto em comparação a igual mês do ano passado. Para o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Nilo Lopes, os dados do varejo no mês confirmam que o bom desempenho dos bens de consumo não duráveis, como alimentos e artigos farmacêuticos, estão ajudando o setor a registrar desempenho positivo apesar da crise.
As vendas do comércio cresceram 0,7% em relação a julho, na quarta alta consecutiva em relação ao mês anterior, acumulando 4,7% de crescimento no ano e 5,4% em 12 meses. Em agosto, as vendas de hiper e supermercados, produtos alimentícios e fumo, de maior peso na pesquisa, aumentaram 8,5% e contribuíram, sozinhas, com quatro pontos porcentuais, ou 86% do crescimento total do varejo no mês.
Já as vendas de artigos farmacêuticos, de menor peso na pesquisa do que os supermercados, registraram o melhor desempenho entre as atividades pesquisadas e aumentaram 14,9% em agosto deste ano ante igual mês do ano passado. "Os segmentos de supermercados e farmácias vendem artigos básicos, de primeira necessidade, que os consumidores não deixam de comprar mesmo em momentos de crise. Além disso, essas atividades estão diversificando o leque de produtos e têm se beneficiado do crescimento da renda e do emprego", disse Lopes.
As vendas de supermercados e produtos farmacêuticos aceleraram o crescimento após o início da crise. As vendas do grupo liderado por super e hipermercados cresceram 33,4% entre 2004 e 2008 - período no qual o varejo em geral cresceu 46% -, com média anual de expansão de 5,9%. De janeiro a agosto, o segmento cresceu 7,4%, ritmo mais acelerado do que o dos cinco anos anteriores.
Já alguns segmentos de bens duráveis, mais vinculados ao crédito e à expectativa dos consumidores, mostraram desaceleração no ritmo de expansão neste ano. Os equipamentos de informática, por exemplo, acumularam alta de 280,5% de 2004 a 2008, com expansão média anual de 30,6%. De janeiro a agosto, esse setor ainda acumula alta nas vendas (13,3%), mas em ritmo menos intenso.
Situação similar ocorre com móveis e eletrodomésticos, que cresceram as vendas em 115% de 2004 a 2008 - média anual de 16,5% - e, mesmo com o incentivo da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos de linha branca em boa parte deste ano, acumula uma queda de 1,6% de janeiro a agosto de 2009.
O cenário para os bens de consumo não duráveis "deverá continuar em trajetória bastante favorável", segundo avalia a analista da Tendências Consultoria, Mariana Oliveira. "Isso porque essas vendas estão muito relacionadas ao desempenho do mercado de trabalho, para o qual temos perspectivas muito positivas", argumentou.
Veículo: O Estado de S.Paulo