Lawrence Pih diz que por pouco não vendeu Pacífico para Bunge

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Moinhos: Empresário afirma que diferença de valores foi de 10%; multinacional não comenta

 

Pih, presidente da Moinho Pacífico: "Houve uma negociação e chegamos a assinar um contrato de confidencialidade. E não fechou por uma questão de números"
Uma diferença em torno de 10% no valor do negócio impediu que a Bunge comprasse o Moinho Pacífico, de Santos (SP), dono da maior unidade de moagem de trigo da América do Sul. A informação é de Lawrence Pih, proprietário do Pacífico. Circularam comentários no mercado, no primeiro semestre, sobre uma eventual negociação entre as partes, mas até agora nenhum dos dois lados havia confirmado que houve negociação.

 

"É verdade. Houve uma negociação e chegamos a assinar um contrato de confidencialidade. E não fechou por uma questão de números", disse o executivo em seu escritório na sede administrativa, em São Paulo. "No final havia uma diferença de mais ou menos 10% entre o que eles queriam pagar e o que eu queria receber", afirmou.

 

A Bunge já domina o mercado de processamento de trigo no Brasil, com nove unidades de industrialização em sete Estados, além do Distrito Federal. A eventual compra do Pacífico, que possui capacidade de moagem anual de cerca de 900 mil toneladas de trigo, lhe daria uma posição ainda mais forte no maior mercado consumidor no Brasil, o de São Paulo.

 

Segundo Pih, a negociação se estendeu por quase dois meses e chegou à direção da companhia, em White Plains, Nova York. As conversas foram encerradas em julho. O empresário não quis revelar quanto pediu pela companhia.
"A mídia falou em US$ 200 milhões, o mercado falou em US$ 250 milhões. Não repassei mandato de venda para ninguém e não tenho interesse em vender, mas como empresário sou obrigado a ouvir a proposta". A Bunge preferiu não se manifestar sobre o assunto.

 

O Moinho Pacífico, que tem uma localização privilegiada no porto de Santos e recebe o trigo importado diretamente por esteiras a partir dos navios, está trabalhando em um projeto de aumento da capacidade de armazenamento das atuais 105 mil toneladas para 200 mil toneladas.

 

O investimento total é estimado em 80 milhões de reais, a maior parte de capital próprio, com uma pequena parcela possivelmente vinda do BNDES. Deve ser concluído em 12 meses.
"O objetivo é ter estabilidade no suprimento. Queremos eliminar a figura da entressafra argentina no nosso negócio", disse Pih, que adquire no vizinho de Mercosul grande parte do trigo que processa. A ideia é estocar o produto no período de preços menores, de novembro a março, devido à pressão da colheita da safra na Argentina, e escapar o ponto de alta de preços.

 

Sobre os problemas na Argentina - pelo segundo ano consecutivo o país colherá uma safra quase 50% menor que o normal, devido a problemas climáticos e pelo confronto do setor produtor com o governo federal -, o empresário sustenta que a ampla oferta global nos dois últimos anos impede dificuldades de abastecimento no Brasil.
 


Veículo: Valor Econômico


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