Resultados reforçam defesa da Cadbury

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A fabricante britânica de doces Cadbury PLC apresentou sólidos números de vendas do terceiro trimestre que enviaram um recado claro para a potencial compradora americana Kraft Food Inc.: uma aquisição não sairá barata.

 

A Cadbury também elevou suas projeções de vendas e lucro para o ano, numa medida que fortaleceu ainda mais sua defesa contra um comprador indesejado.

 

A empresa, que fabrica chocolate, goma de mascar e balas de marcas como Trident e Halls, informou que os novos números de faturamento e expectativa de crescimento mostraram aos acionistas que os interesses deles são melhor atendidos se ela continuar como companhia independente.
"Claramente estamos em contato com muitos de nossos acionistas", disse o diretor-presidente da Cadbury, Todd Stitzer, por telefone ao Wall Street Journal ontem. "A mensagem para eles é que estamos concentrados em propiciar valor a eles e não vemos outra oportunidade de criação de valor que não seja a de mantermos uma empresa independente."

 

Em setembro, a Kraft, dona da Lacta, fez uma oferta informal pela Cadbury de 40% em dinheiro, com o restante em novas ações dela. A oferta inicial avaliava a Cadbury em 745 pence, ou 10,2 bilhões de libras (US$ 16,7 bilhões), mas uma queda subsequente da ação da Kraft a deixa em atualmente 728 pence por ação, abaixo da atual cotação da Cadbury em bolsa.
As ações da Cadbury fecharam estáveis ontem no mercado londrino, a 799 pence.

 

A Cadbury terá uma ideia mais clara de seu futuro nas próximas três semanas, porque a Kraft tem até 9 de novembro para fazer uma oferta formal ou então retrair-se por seis meses, de acordo com regra do Comitê de Aquisições do Reino Unido.

 

A Cadbury informou que no trimestre encerrado em 30 de setembro as vendas cresceram 7%, excluindo os efeitos de oscilações cambiais. O aumento superou as expectativas dos analistas, que estavam em torno de 4%. O crescimento mais forte foi na América do Sul, de 18%, mas a empresa também teve bom desempenho no maduro mercado doméstico: as vendas no Reino Unido e Irlanda subiram 10%.

 

A Cadbury informou que espera crescimento das vendas em torno de 5% para todo o ano, ante projeção anterior de 4%, e que a margem de lucro operacional cresça em "pelo menos" 1,35 ponto porcentual, ante a meta anterior de 0,8 a 1 ponto porcentual. Ela não divulga o lucro trimestral.

 

Analistas esperam agora o anúncio dos resultados trimestrais da Kraft, em 3 de novembro, quando a empresa deve reiterar seus motivos para fazer uma oferta. Essa oferta, dizem muitos analistas, teria de incluir mais dinheiro e avaliar a Cadbury em pelo menos 850 pence por ação para ter alguma chance de convencer o conselho da empresa britânica.

 

Até agora, nenhuma outra empresa fez uma oferta rival. Stitzer se negou ontem a citar um preço pelo qual o conselho e os acionistas da Cadbury poderiam aceitar uma oferta da Kraft ou a dizer se a Cadbury havia tido contato direto com a Kraft ou com outro potencial comprador.
 


Veículo: Valor Econômico


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