Uma bala de goma é um genérico capaz de ser manipulado no fundo de quintal. Daí que ser o segundo maior fabricante num mercado de R$ 180 milhões em que o preço se sobrepõe a marca, não chega a ser estratégico para a Docile. Foi daí que a indústria de doces de Lajeado (RS) optou por criar guloseimas com valor agregado. Investiu €1,5 milhão na importação de equipamentos e desenvolvimento de sua bala de gelatina, a Gummies. Para se ter uma ideia, só a multinacional espanhola Fini fabrica o produto no país. As demais concorrentes são importadas como a alemã Hanibo, líder mundial. "Na Europa, o mercado de balas de gelatina é maior que o de mastigáveis. No Brasil, estimamos que ele deve ser de R$ 50 milhões, mas há muito o que crescer", diz Ricardo Heineck, diretor comercial da Docile, que pretende faturar R$ 18 milhões em um ano com o produto. Todo o empenho da empresa foi em desenvolver algo adaptado ao mercado nacional. "O público queria uma bala mais macia e de sabor mais acentuado. Mas, ao mesmo tempo, era necessário que ela resistisse as altas temperaturas do país." A saída foi usar a gelatina suína, mais cara que a bovina, mas que dá mais brilho, durabilidade e maciez. "Ao mesmo tempo tínhamos de fazer um produto que fosse acessível. Daí investimos em embalagens menores de 300 gramas e individuais de 20 gramas." Para marcar posição neste segmento, chegam no fim do ano as máquinas que permitem rechear as balas de gelatina. "Será um diferencial para nós."
Outra frente em que a Docile pretende atuar é com os chicletes recheados, só que neste segmento vai competir com a Cadbury Adams, e a marca consagrada Bubbaloo. Para estrear nessa área investiu mais €1,5 milhão. "Com o Zoah! focamos em textura, sabor, drageamento e numa embalagem divertida que estoura quando abre." A Docile também fez várias ações de guerrilha na web como o trabalho nas redes de relacionamento, a criação de personagens baseados em toy art e games. Com as novidades, a empresa que é líder em pastilhas, espera crescer 10% este ano e 20% em 2010. As exportações para 47 países, que respondem por 21% do resultado da empresa, também devem ser incrementadas com as novas linhas. O faturamento previsto para 2009 é de R$ 60 milhões.
Veículo: Valor Econômico