Estrada sem conservação eleva custo em 28%

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A má qualidade das estradas brasileiras provoca aumento médio de 28% no custo do transporte rodoviário de carga. Segundo a Confederação Nacional de Transportes (CNT), sobre o estado de 89.552 quilômetros (km) de estradas, as péssimas condições dos pavimentos têm comprometido de forma significativa a vida útil dos veículos e, consequentemente, reduzido a competitividade do produto nacional, já que 60% de tudo que é transportado no País é feito pelas rodovias.

 

Em algumas regiões, o aumento no custo do transporte atinge cifras exorbitantes. No norte, o encarecimento do frete atinge 40%; no nordeste, 33,1%; e no centro-oeste, 31,7%. Nas Regiões Sul e Sudeste, o impacto sobre os custos é um pouco menor: de 19,3% e 21,8%, respectivamente. Ainda assim, estão muito acima dos padrões internacionais, destacam especialistas e representantes do setor produtivo.

 

Só em relação ao consumo de combustível, o aumento do custo de transporte pode chegar a 5%, comparado aos veículos que trafegam em rodovias com excelente condição de pavimento.

 

O problema é que a grande maioria das estradas nacionais (69%) é classificada como regular, ruim e péssima. De acordo com a Pesquisa Rodoviária 2009, da CNT, apenas 13,5% dos 89 mil km de estradas são consideradas ótimas e 17,5%, boas. Isso porque houve uma melhora em relação ao estado geral das rodovias em 2007. Naquela época, 73,9% das vias avaliadas eram ruins, péssimas ou regulares.

 

"O pequeno avanço na melhoria das estradas diante do esforço do governo é preocupante", avalia o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende. Ele destaca que, dentro do orçamento de logística, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destina 50% das verbas para a recuperação das estradas. "Algo está errado. Os investimentos não têm se tornado realidade."

 

Resultado


O diretor de infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Mascarenhas, acredita que o resultado virá nas próximas pesquisas rodoviárias, já que muitas obras ainda estão em andamento. Mas ele reconhece que, nesse ritmo, o Brasil vai demorar décadas para conseguir ter uma malha rodoviária próxima dos níveis internacionais.

 

A melhor maneira para acelerar as obras, afirmam os especialistas, seria retomar o processo de concessão e fazer parcerias público-privadas (PPPs). A justificativa deles está na própria pesquisa da CNT. Das 20 melhores estradas conferidas, 19 estão em São Paulo - estado com a maior malha administrada pela iniciativa privada. Dessas, 16 estão classificadas como ótimas e três, como boas. Apesar disso, a melhor rodovia de 2009 foi a Ayrton Senna - Carvalho Pinto (SP-070), transferida para a iniciativa privada apenas em meados deste ano.

 

Rodovias

 

Segundo pesquisa levantada a pedido da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), as dez melhores estradas brasileiras estão em São Paulo, logo os paulistas acabam de ganhar mais um motivo para comemorar e comprovar a boa administração de suas rodovias, que mesmo com pedágios com preços em muitos casos salgados, oferecem tranquilidade ao motorista por conta de uma boa visibilidade, além de sinalização adequada. A Confederação Nacional dos Transportes divulgou na quarta-feira, 28, o resultado de sua tradicional pesquisa anual sobre a qualidade das rodovias do País, e apontou que as 10 melhores são paulistas e fazem parte do Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo. Além disso, das 16 rodovias classificadas como "ótimas", 15 são paulistas e também fazem parte do Programa.

 

No topo do ranking da CNT está o Corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto, concedido em junho deste ano, seguido da ligação São Paulo-Limeira (Rodovias dos Bandeirantes e Washington Luis) e do Sistema Anchieta-Imigrantes. A 13ª edição da pesquisa avaliou o estado geral de conservação, as condições do pavimento, sinalização e geometria de 109 trechos rodoviários de todo o país, no total de 108 mil quilômetros.

Todas as rodovias do Programa de Concessões Rodoviárias do Governo de São Paulo
incluídas na pesquisa foram avaliadas como "ótimas" ou "boas", sendo que a classificação incluía ainda os itens "regular" e "ruim".

 

Resultado

 

O bom desempenho na pesquisa anual da CNT é resultado do Programa de Concessões Rodoviárias (PCR), em que na 1ª etapa (1998), foram investidos R$ 10,4 bilhões na ampliação, manutenção e operação dos 3,5 mil quilômetros de rodovias. Já a 2ª etapa, iniciada este ano, garantiu aporte de R$ 7,5 bilhões, segundo o portal do Governo do Estado de São Paulo. Vale lembrar que o PCR é gerenciado e fiscalizado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

 


Veículo: DCI


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