A difícil vida dos facilitadores dentro das organizações

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Eles são os responsáveis pela adequação dos espaços às pessoas e suas necessidades. A tarefa complexa, e até então pouco reconhecida, passa a ganhar destaque nos organogramas. Desses profissionais depende o bom andamento dos trabalhos.

 

Você pode ser um management facility ou gerenciador de facilidades e não saber. Esse profissional, que podemos chamar de gestor de operações ou gerente de administração de serviços, é o antigo líder de serviços gerais de uma empresa, aquele que levava problemas para os superiores. Hoje, tal profissional tem visão sistêmica de uma organização, contribui estrategicamente para evitar adversidades e toma decisões para garantir redução de custos. Com concorrência forte, a atividade desenvolvida por esse profissional é um caminho para aumentar a rentabilidade.

 

O facility atua na administração e gerenciamento de serviços e atividades de infraestrutura destinados a suportar a toda a atividade de uma empresa. É responsável para que tudo funcione: a limpeza, a segurança, a iluminação, o sistema de ar-condicionado, a rede de telecomunicação e informática. Faz gestão ambiental, de energia, gás, água, reformas, ampliações e dão apoio técnico a outros departamentos. Também tem a responsabilidade de gerenciamento dos serviços terceirizados e precisa estar apto a conversar tanto com o presidente da empresa como com o pessoal do chamado "chão de fábrica".
 


Há quatro anos, gerentes operacionais, gerentes administrativos ou de infraestrutura, que já se reuniam informalmente para trocar ideias e experiências de como solucionar alguns conflitos, criaram a Associação Brasileira de Facilities (Abrafac).
 


Atualmente, há 500 profissionais, com formação em Engenharia, Administração, Economia, Arquitetura, Direito, Tecnologia e outros, filiados à entidade. No entanto, o número de gerencia-dores de facilidades é muito maior. Somente os prédios comerciais no Brasil são 36 mil. Hospitais, 9 mil hospitais e clubes, 5 mil. Os empreendimentos onde trabalham esses profissionais vão desde um pequeno condomínio a uma cidade privada, com o facility atuando como uma espécie de "prefeito".
 


O engenheiro mecânico, Josenei Spinelli, descobriu há pouco tempo que era um facility. Ele recebeu a incumbência de gerir o Shopping Mega Polo de Moda, no Brás, na capital paulista. Eram dois prédios: um de 20 anos e o outro de cinco. Fez um "retrofit" (readequação, reestruturação) para que o empreendimento funcionasse de maneira harmoniosa. Uma das mudanças de grande impacto foi a instalação de um sistema de tratamento de água de reúso que gerou uma economia de 70% do recurso. O shopping gastava de 5 a 6 mil m³ de água por mês. Agora, o recurso é reaproveitado em banheiros e torre de resfriamento.
 


A preocupação com a sustentabilidade tem feito com que o facility atue mais na concepção dos projetos dos empreendimentos. "Não adianta o prédio ser sustentável se a manutenção não for", diz o presidente da Associação Brasileira de Facilities (Abrafac), Francisco Abrantes.

 

Depois do trabalho bem sucedido no Shopping Polo Moda, Spinelli está atuando na Porte Construtora para levantar uma obra que vai pleitear o primeiro certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental) da zona leste de São Paulo. A certificação é para práticas de construção sustentável e concedida pelo Green Building Council (GBC).
 


Um projeto de uma obra bem elaborado por um profissional de ampla visão facilita o seu processo de manutenção e reduz custos. Em geral, o percentual necessário para conservação de um edifício é de cinco vezes o valor de investimento da obra.
Uma pesquisa realizada no período de julho a setembro de 2009 pela entidade mostra que o número de administradores na função de facility está aumentando. O percentual de engenheiros que era de 61% em 2005 passou para 41% e de administradores, aumentou de 21% para 33%.
 


Segundo Abrantes, não basta conhecer apenas a parte técnica, o facility precisa saber gerenciar pessoas, ter diplomacia. Deve saber como mostrar a terceiros a cultura da organização, saber lidar com diferentes situações, e resolver até problemas como o conforto térmico do pessoal nos diversos setores. "O ar-condicionado é o grande vilão para os facilities", brinca Abrantes.

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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