Até o fim do ano, Hector Nuñez, presidente do Walmart no Brasil, garante que terá cumprido a promessa feita pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva de inaugurar 90 lojas no Brasil em 2009, entre supermercados e hipermercados.
Desse total, só a metade foi aberta até agora, o que significa que, ao longo do dois últimos meses, o executivo terá muito trabalho pela frente. "Abrimos por mês o número de unidades que, antes, inaugurávamos por ano no Brasil", afirmou o executivo. Só em outubro, foram inauguradas 12 lojas. Ao todo, o Walmart possui hoje 445 lojas espalhadas de Norte a Sul do país. Mas esse número muda praticamente a cada semana.
Os investimentos para 2010 serão anunciados ainda este mês pelo Walmart. " Já fizemos nosso orçamento. E ele é muito bom", disse Nuñez, sugerindo que a multinacional pretende reforçar sua presença no mercado brasileiro.
O executivo não comentou as informações de que o Walmart teria conversado com o Carrefour sobre uma possível aquisição dos negócios da rede francesa na América Latina. Nuñez, porém, deixa clara a importância estratégica do país nos planos mundiais do Walmart. O Brasil, diz, é um mercado de "alta relevância para o grupo".
Segundo uma fonte, desde que o Carrefour enviou um fato relevante à bolsa de Paris em que negou haver o interesse em vender os negócios no Brasil, passaram a ser mínimas as chances de que isso venha a acontecer. (CF)
Rede vai testar venda pela TV paga
O Walmart vai testar no Brasil a venda de produtos pela TV, algo que não faz nem nos Estados Unidos. No fim do ano, a varejista vai comprar espaços publicitários de um minuto em canais de TV por assinatura. Mas, em vez de anúncios, a rede fará a venda por telefone de alguns itens, no mesmo estilo da Polishop.
O Brasil tem se mostrado um fértil campo de experiências para o Walmart. A loja pontocom do grupo no país superou com folga todas as expectativas da multinacional, que só vendia, até então, bens duráveis pela internet nos Estados Unidos e Reino Unido.
Lançado há um ano, o site do Walmart já está as cinco maiores operações brasileiras de varejo on-line. A pontocom, que recebia menos de 50 mil visitações diárias nos primeiros meses, já atinge hoje 200 mil acessos por dia e possui 1 milhão de clientes cadastrados como "opt-in" - aqueles que aceitam receber propaganda por e-mail.
A entrada da multinacional americana tornou a concorrência mais difícil na internet. Segundo analistas, sempre é a líder do setor que costuma sentir mais a chegada de novos competidores. Além do Walmart, a Casas Bahia também lançou seu site neste ano, enquanto o Carrefour vai criar a sua pontocom no início de 2009.
No Brasil, a líder inconteste na internet é a B2W - com a pontocom da Americanas e o site Submarino, a empresa detém sozinha mais de 50% do comércio on-line.
Estima-se no setor que o Walmart já tenha abocanhado entre 5% e 6% do varejo on-line, participação que nem a varejista esperava. "Estamos dois anos à frente de nosso planejamento inicial ", afirma Hector Nuñez, presidente do Wal-Mart no Brasil. A expectativa era que a operação de internet, na qual foram investidos R$ 30 milhões, só atingisse seu equilíbrio financeiro em 2012. "Mas, diante dos resultados, pretendemos alcança-lo já em 2012", diz Nuñez.
A varejista promete aquecer a disputa na internet. O site começará a vender livros e pretende deflagrar uma guerra de preços nesse segmento. Nos EUA, a Amazon e o Walmart já se digladiam nesse mercado - ambas estão vendendo o novo livro de John Grisham, "Ford County", por US$ 9.
No Brasil, o Walmart vende atualmente 11 categorias de produtos pelo site, segmento em que os carros-chefe são os televisores de LCD, equipamentos de informática e eletrodomésticos de linha branca (refrigeradores, fogões e lavadoras). Até o fim deste ano, serão agregadas à pontocom seis novas categorias. No mês passado, a empresa abriu ainda um segundo depósito para dar suporte às vendas de Natal, quando se espera um crescimento de 20% a 30% na base de clientes on-line.
Nuñez atribui o sucesso na internet a uma combinação de fatores. Boa parte dos consumidores on-line, que são mais bem informados, já conhece a marca Walmart, o que certamente ajudou a empresa. A varejista também buscou ser agressiva tanto nos preço como nas condições de pagamento. "Somos um site de preço baixo todo dia", diz Nuñez, referindo-se a um dos mantras do grupo.
Além de ter uma equipe dedicada a pesquisar os preços dos concorrentes, o Walmart investe em ferramentas de busca, como o Buscapé, para estar sempre na lista dos menores preços. A pontocom também aceita que o cliente pague a mesma compra com dois cartões diferentes.
Veículo: Valor Econômico