Regulamentação do café reforça Selo de Pureza ABIC

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O novo Regulamento Técnico para Café Torrado em Grão e Café Torrado e Moído, implementado pela Instrução Normativa N° 16, do Ministério da Agricultura, e em vigor a partir desta quarta-feira (23), conta com o apoio da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café e vai potencializar o seu Selo de Pureza, certificação pioneira na área de alimentos e bebidas lançada há 21 anos e até hoje ativa.

 

A opinião é do presidente da ABIC, Almir José da Silva Filho, para quem a nova regulamentação vai reforçar as iniciativas da entidade “para combater a fraude e a adulteração, melhorando a qualidade do café e auxiliando as indústrias de todo o país que atuam corretamente e merecem que seus produtos sejam reconhecidos pelo varejo, pelos consumidores e tenham o justo valor”.

 

O novo regulamento determina os limites de 1% de impurezas (cascas, paus, marinheiros) e de 5% de umidade. “A IN 16, ao exigir controle de pureza e umidade tornará o café do dia-a-dia melhor para o consumidor”, diz Almir Filho, lembrando que estas exigências, embora já praticadas pelo mercado, ganham agora a força de lei. Ele acredita que o setor está preparado para a regulamentação em virtude, principalmente, do programa do Selo de Pureza que hoje certifica 1.075 marcas de 454 indústrias associadas. Essa certificação só é dada após o produto ser coletado no varejo e analisado em laboratórios credenciados, prática feita aleatoriamente ao longo do ano. São mais de 3 mil análises anuais. Nestes 21 anos, mais de 51 mil análises foram feitas. “Esse controle efetivo é uma garantia de segurança para o varejo e os consumidores”, diz o presidente.

 

Avaliação Sensorial

A IN 16 previa também a análise sensorial do café, para avaliar atributos como fragrância, aroma, sabor e acidez, sendo aprovados apenas aqueles que obtivessem nota igual ou superior a 4 pontos, em uma escala de 0 a 10.  Entretanto, atendendo pleito da ABIC, essa exigência foi adiada por dois anos, conforme Instrução Normativa N° 6 publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

 

“As razões que apontamos para solicitar esse adiamento foram as dificuldades para a formação, treinamento e calibração dos provadores em todo o País, que demandam tempo e muito exercício para se obter bons resultados, de modo a não incorrer em análises com forte subjetividade. O ministro Wagner Rossi, sensível ao problema e demonstrando grande responsabilidade e atenção para com o setor industrial do café, sabedor das implicações que a nova norma imporia ao mercado, desde o produtor até o industrial, decidiu atender à nossa demanda”, diz Almir Filho.

 

Nesse período de dois anos, o governo promoverá a formação de profissionais classificadores especializados na avaliação de café torrado em grão e torrado e moído. Atualmente, 16 profissionais já foram treinados. A meta do Ministério da Agricultura é capacitar mais 340 técnicos e 500 industriais.

 

Qualidade

Para a ABIC, a melhoria contínua da qualidade do café oferecido aos consumidores é uma das razões que faz o mercado interno ser um dos que mais crescem no mundo. Em 2010, foram industrializados 19,13 milhões de sacas de 60 kg, o que representa um crescimento de 4,03% em relação a 2009, que havia sido de 18,39 milhões de sacas. Esta taxa é mais do que o dobro do aumento médio do consumo mundial de café.

 

Agora, com a implementação da IN 16, o trabalho da ABIC de conscientização dos associados quanto à qualidade do produto será reforçado. “Os industriais precisam redobrar seus cuidados na compra de matéria-prima, exigindo de seus fornecedores a qualidade que lhes será exigida no ponto de venda”, diz Almir Filho. A entidade preparou um Guia da Qualidade que traz especificações da IN 16, informações técnicas sobre métodos de controle de impureza e de controle e análise da umidade, e com modelos de registros de todos os procedimentos. “São sugestões para que as indústrias implantem novos controles principalmente da matéria-prima adquirida e recebida.”

 

Em 2010, o consumo per capita de café no Brasil foi de 4,81 kg, o maior desde 1965, que foi de 4,72 kg, conforme registrado na época pelo extinto IBC – Instituto Brasileiro do Café. O consumo de 4,81 kg, que equivale a quase 81 litros de café por pessoa por ano, foi 3,5% maior ao registrado em 2009 (que ficou em 4,65 kg). Com isso, o consumo brasileiro se aproxima ao da Alemanha, que é de 5,86 kg por habitante/ano e já supera os índices da Itália e França, que são grandes consumidores de café. Os campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos – Finlândia, Noruega, Dinamarca – com um volume próximo dos 13 kg por pessoa/ano.

Fonte: ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café

 


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