Duas consultas públicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), encerradas em 31 de março, têm por objetivo dificultar o comércio de cigarros no Brasil. Foram recolhidas mais de 220 mil sugestões sobre o impedimento de expor os cigarros nos pontos de venda e a proibição da adição de ingredientes que modifiquem o sabor do produto, entre outras restrições.
Depois de consolidadas, as contribuições devem ser discutidas em audiência pública. O número de opiniões coletadas superou as expectativas da Anvisa. Devido ao grande volume, a previsão de concluir a resolução já havia sido adiada, do primeiro para o segundo semestre. No entanto, a Anvisa informou ontem que a diretoria ainda está analisando as sugestões e a intenção é terminar o processo até o fim do ano.
A proposta mais polêmica é a proibição de misturas e aditivos no tabaco. A Anvisa diz que os ingredientes adicionados melhoram o aroma e o gosto, o que pode atrair crianças e adolescentes.
Representantes dos trabalhadores da indústria do tabaco afirmam que as propostas inviabilizariam a produção do tabaco tipo Burley (em que o açúcar é perdido no processo de secagem) e incentivariam o comércio ilegal.
Veículo: Valor Econômico