Os 194 países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) adotaram ontem um plano de ação com nove metas para lutar contra câncer, diabetes, doença do coração e problemas respiratórios que terá impacto sobre o setor industrial.
Os países estabeleceram metas para reduzir em 30% o consumo diário de sal até 2025, cortar as taxas de uso de tabaco em 30%, reduzir em pelo menos 10% o consumo abusivo de álcool, além de propor programas para reduzir o sedentarismo e frear a alta de diabetes e obesidade. Outras metas propõem a redução de 25% na prevalência de pressão alta e para que pelo menos 50% das pessoas recebam terapias e aconselhamento para controlar a glicemia e prevenir ataques do coração.
Com isso, a OMS espera reduzir em 25% até 2025 as mortes prematuras causadas por doenças não transmissíveis. Elas são responsáveis por mais de 60% das mortes no mundo, ou seja, 36 milhões num total de 57 milhões. O número quase dobrará até 2030 se nada for feito. Os principais fatores de risco são tabagismo, má alimentação, inatividade e uso excessivo de álcool. Causam custos econômicos de alguns trilhões de dólares por ano em perdas de produtividade e tratamento médico.
Entre as opções recomendas pela OMS estão políticas para reduzir o marketing de alimentos para crianças e eliminar parcialmente óleos vegetais hidrogenados (que os tornam mais saturados) na oferta alimentar.
Segundo negociadores brasileiros, o Brasil já tem metas iguais ou mais avançadas no seu programa estratégico 2011-2022 para enfrentamento de doenças crônicas não transmissíveis. Já outras fontes acham que o Brasil, como vários outros países, vão ter de realmente implementar regulamentações para fazer as indústrias de alimentos e bebidas se adaptarem às novas exigências, ainda que o plano global seja voluntário.
As metas são resultado de negociações que vêm já de um bom tempo e que em 2011 estiveram na agenda da assembleia anual da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater doenças consideradas ameaça para as economias de vários países.
O plano traz em um anexo 25 indicadores que foram negociados pelos governos para medir cada uma das metas. A partir de agora, os governos vão ter de fazer relatórios para a OMS para mostrar o avanço das medidas nacionais.
Para a OMS, o consumo de frutas e legumes deveria ser de pelo menos 400 gramas por dia por pessoa, para prevenir doenças crônicas não transmissíveis. Outra recomendação é de pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. Os países são aconselhados a também tornar acessíveis cada vez mais técnicas e medicamentos essenciais para combater as doenças.
Veículo: Valor Econômico