A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Pasteur, em Lajeado, no Rio Grande do Sul, para apurar a possível prática de corrupção por parte de servidores do Ministério da Agricultura encarregados de fiscalizar laticínios no Estado.
Ao todo, foram cumpridos 16 mandados judiciais, incluindo a prisão preventiva de um fiscal agropecuário federal. De acordo com a Polícia Federal, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e quatro cautelares de afastamento da função pública.
As investigações da Polícia Federal começaram há quatro meses a partir de informações repassadas pelo Ministério Público gaúcho. A operação contou com o apoio de funcionários do Ministério da Agricultura em Porto Alegre (RS).
Devido à prisão de um fiscal federal, a Anffa-RS, sindicato que representa os fiscais agropecuários federais que atuam no Rio Grande do Sul, informou ontem que apoia as investigações da Polícia Federal, mas ponderou que a conduta individual não pode ser generalizada à classe dos fiscais agropecuários. "O Ministério da Agricultura não está livre de eventual conduta delituosa cometida por alguns agentes de forma isolada, mas não deve permitir ataque à esmagadora maioria de seus servidores", informou ontem Anffa-RS, em comunicado.
Em defesa dos fiscais agropecuários, o sindicato também lembrou a atuação conjunta dos fiscais federais agropecuários com o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, no âmbito da "Operação Leite Compen$ado", que desbaratou um esquema de adulteração de leite. De acordo com a Anffa-RS, a operação serviu de exemplo para outros Estados do país e, atualmente, o Rio Grande do Sul tem o maior índice de conformidade do leite, com 97,4%.
"A atuação dos fiscais é essencial à preservação da saúde da população, como ficou emblematicamente evidenciado pelas exitosas operações conjuntas com o Ministério Público", informou o sindicato.
Procurado, o Ministério da Agricultura não se manifestou.
Veículo: Valor Econômico