Créditos ao consumidor, medidas sociais do governo e investimentos dos próprios supermercadistas que geraram postos de trabalho estimularam o resultado
De janeiro a maio deste ano o setor de supermercados acumula alta real de 5,32% (deflacionado pelo IPCA/IBGE). É o que aponta o Índice Nacional de Consumo ABRAS – INC ABRAS nos lares brasileiros calculado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados, ABRAS. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado também é positivo em 2,88%. Contra abril/21, a alta foi de 1,98%.
O desempenho no azul teve influência de um conjunto de fatores. Entre eles, o pagamento da primeira parcela do décimo-terceiro salário para aposentados e pensionistas do INSS na segunda quinzena de maio. Foram R$ 25 bilhões nas contas de 31 milhões de beneficiários. O pagamento do auxílio emergencial por parte do governo também jogou a favor. “Além disso o setor não parou”, aponta o vice-presidente Institucional da ABRAS, Marcio Milan. “O planejamento feito em 2020 para os primeiros meses agora de 2021 está sendo realizado. E o resultado está aparecendo. Só entre abril e maio passados foram abertas 24 novas lojas no Brasil. E outras 45 passaram por grandes reformas“. O efeito imediato destes investimentos aparece inclusive na geração de empregos: 30.883 postos de trabalho foram abertos no setor entre janeiro e maio de 2021. E os números de junho vão confirmar a abertura de pelo menos outras 12 lojas. “ O investimento que gera emprego acaba voltando para o próprio setor. Os novos funcionários também passam a aplicar parte de sua renda na alimentação da família”, explica Milan.
Abrasmercado
Em maio o *Abrasmercado subiu 1,52% em relação a abril. A cesta Abrasmercado chegou ao valor de R$ 653,42, contra R$ 643,67 do mês anterior.
As maiores altas nos preços da cesta em maio foram: tomate, + 7,12% , biscoito cream cracker, + 3,58%, carne (corte dianteiro) + 3,20, carne ( traseiro) + 3,07% e a farinha de trigo com + 3,02%.
Entre as principais baixas aparecem: cebola - 11,47%, arroz - 1,92%, xampu - 1,20%, batata - 0,86%, feijão -0,83% e queijo muçarela - 0,83%. Destaque para o tomate que, apesar da alta no mês, acumula uma queda de preços de 15,24% no ano. Batata com acumulado de quase 30% de queda de janeiro a maio. E para a cebola a tendência é de mais redução de preços nos próximos meses. Garantia da boa safra.
*A cesta Abrasmercado não é a cesta básica mas, sim, uma cesta composta por 35 produtos mais vendidos nos supermercados: alimentos, incluindo cerveja e refrigerante, higiene, beleza e limpeza doméstica.
Regiões
Em maio as cinco regiões do país tiveram alta nos preços da cesta Abrasmercado. A maior oscilação foi no sul, + 2,10%. A cesta passou de R$ 694,99 para R$ 709,59. O nordestes veio em segundo lugar, com + 2,01%. Lá a cesta subiu de R$ 569,78 para R$ 581,26. Nas capitais e principais regiões pesquisadas, a cesta baixou de preço em João Pessoa, - 0,75%, passando de R$ 557,80 para R$ 553,62 e no Grande Rio, -0,35%, passando de R$ 590,75 para R$ 588,68. A maior elevação no custo da cesta foi em Natal, + 6,51%, saindo de R$ 565,81 para R$ 602,65. Em Fortaleza, alta de 2,25%.
Perspectivas
O segundo semestre do ano reserva expectativas otimistas para o setor. Há fatores a justificar essa aposta. Entre eles a segunda parcela do 13º aos beneficiários do INSS. Auxílio emergencial prorrogado até outubro. 2º lote da restituição do Imposto de Renda Pessoa Física: são mais R$ 6 bilhões pagos aos contribuintes só via I.R. “E o movimento de ampliação da vacinação também vai reverter em maior e melhor funcionamento da economia, com reflexo sobre o movimento nos supermercados”, avalia Marcio Milan.
Veja aqui a apresentação da coletiva na íntegra.
Comunicação ABRAS