Conectar o mapa do desperdício ao mapa da fome é meta prioritária da Cadeia Nacional de Abastecimento
O combate a fome foi o tema do painel liderado por Gislaine Balbinot, diretora da ABAG (Associação Brasileira do Agro Negócio) ao lado de Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal); Glauber Silveira, diretor-excutivo na ABRAMilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho); Igor Carneiro, do centro de excelência contra a fome do Brasil do programa mundial de alimentos WFT da ONU;
Geise Diniz, economista, empresária e conselheira, fundadora do Pacto Contra a Fome;
Lucas Lima do Nascimento Leandro, gerente executivo de relações institucionais e sustentabilidade da AMBEV e Marcio Milan, vice-presiente Institucional da ABRAS (Associação Brasileira dos Supermercados).
A fome assola centenas de milhares de brasileiros. Boa parte desse problema poderia ser resolvido com a equação adequada entre o mapa da desperdício e o mapa da fome. Isso porque, com ações assertivas, o que hoje vai parar no lixo poderia ir parar no prato de quem tem fome. Ainda mais num país que está entre os líderes mundial de produção de alimentos. Gislaine afirmou que “o grupo tem o objetivo de apresentar a dimensão da fome no Brasil, sugerir incentivos à doação e, também, propor uma forma de conexão do mapa do desperdício ao mapa da fome”. Isso, sem contar a insegurança alimentar, que é quando a pessoa não sabe quando vai conseguir fazer a próxima refeição.
Igor Carneiro falou sobre esse desafio, mostrando o mapa da fome e insegurança alimentar desenvolvido pela ONU, onde o Brasil voltou a figurar. Para além do contexto da fome, ele apresentou o tema “desperdício”, declarando que há muitas metodologias e números a apresentar, o que pode desinformar ao invés de esclarecer. Sendo os mais confiáveis: 1,6 bilhão de toneladas de alimentos perdidos resultando numa perda de US$ 1.2 trilhão. Ele explicou a sequência de fatos que são considerados perdas, o que pode ser visto na gravação da apresentação disponível no YouTube da ABRAS.
Há muitas formas de se articular e combater o flagelo que é a fome. Um exemplo foi apresentado por Geise Diniz, chamado “Pacto contra a fome”. Ela iniciou a fala contando que, no Brasil, jogamos no lixo o que seria para alimentar todos os que estão com fome. Oito vezes. O que significa que para cada pessoa que não tem o que comer, perde-se alimento para saciar 8 pessoas. “Isso é, no mínimo, uma incoerência. E o que estamos fazendo?”, provocou. “As pessoas que passam fome estão em estado de inanição, não têm condições de olhar para isso. Mas nós, temos”, completou. A sugestão é ser minimamente eficiente para que o que está indo para o lixo, seja aproveitado.
Geise listou todas as iniciativas disponíveis para todos os setores, de forma a alavancar a ação e chegar à meta de acabar com a fome até 2030, e acabar com a deficiência nutricional até 2040 – por que, além de alimentar, é necessário prover os nutrientes necessários para uma vida saudável.
Marcio Milan trouxe números sobre a arrecadação de alimentos promovida pelas redes supermercadistas: mais de 120 mil toneladas em 2022. “Olhamos as doações pela parte social mas, também, pelas alavancas que poderiam aumentá-las. É possível dobrar esse número e chegar a 200 mil toneladas”, assegurou.
“Podemos avançar com essa legislação de maneira benéfica para todos”, finalizou.
Mas, como conectar os dois mapas?
Para conhecer todas as ideias e iniciativas, acesse à gravação do painel no YouTube da ABRAS.
Redação SuperHiper