As vendas reais dos supermercados em 2011 devem crescer 4% em relação às do ano passado, segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda. O dirigente destacou que a alta do preço das commodities alimentares deve continuar afetando o volume das vendas em 2011. "Neste ano, as vendas não serão ruins, mas refletirão um crescimento menor de emprego e de renda", disse.
A previsão foi calculada com base no cenário de manutenção de preços em alta, somado à menor disponibilidade de crédito e ao aumento de juros: "Esse tipo de fator é que afeta a demanda vinda das classes C, D e E", assinalou Honda.
A tendência de aumento das vendas em termos de volume, mas com queda quanto ao faturamento deve ser vista, de acordo com Honda, já nos primeiros meses de 2011, quando o setor contará com uma base de comparação anual bastante forte. Em janeiro de 2010, a alta das vendas foi de 8,56%. "Pode parecer que [os supermercados] estão vendendo menos, mas o resultado ainda é positivo, as vendas continuam subindo", disse ele.
No ano passado, as vendas reais dos supermercados brasileiros cresceram 4,2% no acumulado do ano. O resultado ficou abaixo da previsão de 4,4% a 4,5% revista por duas vezes no ano passado.
No início de 2010, a entidade previa que as vendas reais cresceriam entre 7% e 8%, mas em outubro a Abras reduziu a estimativa para crescimento anual de 5%, voltando a cortar o número um mês depois.
O desempenho menor que o esperado é atribuído principalmente ao movimento de alta de preços que se intensificou nos quatro últimos meses do ano.
De acordo com Honda, embora as vendas em termos de volume permaneçam aquecidas, a renda da população responsável por grande parte do faturamento dos supermercados - classes C, D e E - ainda é baixa, o que estimula o consumo de produtos de menor valor agregado.
"O crescimento do setor alimentar será impulsionado pelas classes mais baixas", acrescentou Honda.
A entidade, em parceria com a consultoria Nielsen, deve divulgar os dados de volume de vendas para o fechado de 2010 no próximo mês, mas, conforme estimativa da Abras, o indicador deve apurar alta de 6,5%.
Veículo: DCI