Roehrs fala dos entraves que encarecem os alimentos
Por Roberto Carlessi
O aumento no preço do petróleo, a crise americana do subprime, que ninguém consegue prever com exatidão aonde vai chegar, e a elevação do preço das commodities são claros sinalizadores para governos, agricultores, indústrias de alimentos e especialistas em abastecimento de que o custo dos alimentos vai subir muito nos próximos anos em todo o mundo, com reflexos negativos mais imediatos para a população de baixa renda.
Somente neste ano, no mercado internacional o preço do trigo já subiu 130%, o da soja, 87%, e o do óleo diesel, 65,6%. Entretanto, o consumidor tende a acreditar que os supermercados são os principais responsáveis pelo aumento no preço dos alimentos. Na realidade, esses aumentos estão diretamente relacionados ao desequilíbrio entre oferta e procura, agravado pela explosão de crescimento da China, utilização de áreas de plantio de milho nos Estados Unidos para produzir etanol, e pelo elevado recall de produtos alimentícios. Nos Estados Unidos, este ano foram perdidos 65milhões de quilos de carne e 25% da merenda escolar, provocados por problemas de segurança alimentar, conforme dados do Departamento de Agricultura (USDA).
Dentro desse quadro, um fator é favorável aos supermercados. Pesquisa feita pelo Food Marketing Institute (FMI) mostra que 92% dos consumidores americanos confiam totalmente na qualidade e segurança dos alimentos que compram nesses estabelecimentos (79% declararam confiar totalmente na USDA e 76% na Agência Americana de Produtos Alimentares e Medicamentos-FDA), disse Bernardo Roehrs, diretor regional de projetos especiais do Wal-Mart Centro-América, na palestra Gestão e Estratégias no Varejo, apresentada na 42ª Convenção da Abras dia 25, em São Paulo.