Por Roberto Carlessi
Estudo feito pela Nielsen Brasil mostrou a empresários da indústria e do varejo, em evento realizado no Hotel Hyatt, em São Paulo, as mudanças que a crise econômico-financeira mundial provocaram no mercado brasileiro no terceiro quadrimestre de 2008 e no primeiro bimestre deste ano. De acordo com dados apresentados pelo presidente da Nielsen Brasil, Eduardo Ragasol, as cestas Nielsen dobraram de volume a partir do Plano Real, mas no ano passado registraram o menor crescimento desde 2003.
Diante da crise, o preço dos alimentos, principalmente da cesta básica, se mostraram elásticos e racionalizáveis, provocados pela alta das commodities.
Em volume, comparada com 2007, a cesta básica teve queda de 2,2% e a de produtos de mercearia salgada caiu 1,2%.
No primeiro bimestre deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado, houve desaceleração de crescimento das cestas de produtos perecíveis, de limpeza, mercearia salgada, mercearia doce e higiene pessoal, mas, de acordo com o estudo, este cenário não deverá se repetir ao longo do ano. Isso porque o Brasil agora tem fundamentos econômicos mais sólidos, no comparativo com 2002/2003. Ragasol concluiu sua palestra apresentando as seguintes orientações:
. Indústria e varejo precisam saber a elasticidade de suas marcas e conhecer o impacto das estratégias de seus competidores
. A hora é de inovar para ampliar o alcance das diversas categorias de produtos, fortalecendo marcas para movimentar mercados maduros
. Otimizar o portfólio para reduzir riscos
. Adotar diferentes estratégias, sintonizadas com o perfil específico de cada loja
. Adequar o tamanho das embalagens ao tamanho do bolso do consumidor e à relação custo/benefício
. As categorias que não estão consolidadas na cesta de compras do consumidor serão mais impactadas
. Trabalhar o ponto-de-venda com diferenciais para os locais onde o shopper faz sua decisão de compra.