Wagner Hilário
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou hoje os números relativos ao desempenho do setor no mês de maio e ao acumulado dos cinco primeiros meses de 2009.
A coletiva concedida pelo presidente da entidade, Sussumu Honda, ainda revelou o Abrasmercado — índice que calcula o preço médio de itens com alto giro de vendas nos supermercados — do quinto mês do ano e trouxe nota oficial da Abras reiterando seu repúdio à compra, por parte de frigoríficos, de gado criado ilegalmente em áreas de preservação ambiental da Amazônia Legal.
Vendas
Em linha com o que se verificou nos meses anteriores, as vendas do setor mantiveram a tendência de alta. Na comparação entre maio de 2009 e o mesmo mês do ano anterior, as vendas do setor cresceram 4,01%. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano as vendas tiveram expansão de 5,36%.
“Os números são bons, sobretudo considerando que nossa previsão para 2009 era de crescermos 2,5%. Ainda não revimos essa estimativa, mas em face da melhora dos indicadores econômicos e da promessa de um segundo semestre bem mais forte que o primeiro, entre outras coisas porque o nível de emprego já voltou a crescer no País, em breve faremos uma revisão para cima dessa estimativa”, afirma Sussumu.
Considerando que se vive um momento de crise e que a base de comparação é fortíssima, já que nos primeiros cinco meses dos dois anos anteriores — 2007 e 2008 — o setor apresentava expansão acumulada de 6,81% e 8,87%, respectivamente, o desempenho em 2009 até o momento é excelente.
Abrasmercado
Na coletiva também foram divulgados os dados do índice Abrasmercado — elaborado pela equipe econômica da Abras e a empresa de pesquisas GfK. O índice mostrou que em maio o setor registrou o maior aumento mensal de preços deste ano: 2,24%.
Esse percentual foi fruto, sobretudo, do aumento de preços nas regiões Norte e Sul do País, onde itens de grande relevância na cesta de consumo dos brasileiros apresentaram majoração significativa.
Segundo Sussumu, no Norte as chuvas foram as principais vilãs, já que inviabilizaram o transporte dos gêneros à região, provocando, quando não perdas, encarecimento. No Sul, o item que puxou a majoração nos preços foi o leite longa vida, que teve queda de oferta na região em virtude de período estiagem, o que obrigou os varejistas locais a trazerem os produtos de outras localidades.
Desmatamento
Sussumu aproveitou o ensejo da coletiva para reiterar o repúdio da Abras em relação à compra, por parte de grandes frigoríficos do País, de carne proveniente de gado criado em áreas desmatadas ilegalmente da Amazônia.
O presidente da entidade ainda acrescentou: “A Abras vê de forma positiva o posicionamento do frigorífico Marfrig de não adquirir nem abater ou comercializar bovinos originários de área de desmatamento ilegal da Amazônia e de se comprometer na busca por uma solução de desenvolvimento sustentável para a pecuária.”